A prestação da casa pesa no orçamento? Entenda porque é importante conhecê-la e como pagá-la com mais folga.
Para muitas famílias, o maior encargo mensal é, sem dúvida, a prestação mensal do crédito à habitação. Aquele valor que todos os meses entra nos débitos diretos sem falhar e que, se subir de repente, pode mexer com todo o orçamento. Por isso, perceber como funciona, como se calcula e o que se pode fazer para garantir que se paga o menos possível é meio caminho andado para o ajudar a dormir melhor à noite.
Simples: se está a pensar comprar casa, saber a prestação dá-lhe uma ideia realista do esforço financeiro que vai assumir. Se já tem crédito habitação, saber quanto vai pagar nos próximos meses permite planear o orçamento e evitar surpresas desagradáveis.
Importa também lembrar que a prestação da casa não é sempre igual. Nos contratos com taxa variável (como é o caso da maioria em Portugal), o valor depende da famosa Euribor. Quando a Euribor sobe, a prestação acompanha. Quando desce, dá algum alívio à carteira. E, depois de alguns anos de subidas consecutivas, começa finalmente a notar-se uma descida que traz algum fôlego às famílias.
Quer perceber ao detalhe como se chega ao valor que paga todos os meses? Leia o nosso artigo sobre a fórmula de cálculo da prestação do crédito habitação e descubra como cada componente influencia o valor final.
Depois de anos a subir quase sem parar, a prestação da casa começa finalmente a aliviar. E não é só uma impressão, os números confirmam isso. Desde o início de 2025, as taxas Euribor têm vindo a cair de forma consistente, refletindo-se nas prestações mensais de quem tem crédito habitação com taxa variável.
Só para ter uma ideia: em março de 2025, quem tinha um crédito de 150 mil euros indexado à Euribor a 6 meses viu a sua prestação baixar mais de 75 euros. No caso de um crédito de 200 mil euros, a descida ultrapassou os 100 euros. E estas reduções fazem-se sentir logo a partir da revisão do contrato, que normalmente acontece a cada 3, 6 ou 12 meses, consoante a maturidade da Euribor escolhida.
A tendência de descida deve continuar ao longo de 2025, ainda que a um ritmo mais lento. A expectativa de muitos analistas financeiros é que o Banco Central Europeu avance com mais cortes nas taxas de juro ao longo do ano (possivelmente dois ou três) o que pode reforçar a queda da Euribor.
Claro que tudo depende da evolução da economia na zona euro. A inflação, o preço da energia e o contexto político podem influenciar estas decisões. Mas, para já, o cenário é favorável para quem tem crédito habitação (principalmente com taxa variável): as prestações estão a descer e há boas hipóteses de continuarem assim nos próximos meses.
Há várias estratégias para reduzir a prestação da casa. Algumas são simples, outras requerem mais planeamento. Mas todas podem fazer uma diferença real no orçamento.
1. Simular, simular, simular. Antes de contratar um crédito (ou mesmo depois), é fundamental simular vários cenários. Pequenas diferenças no prazo, no spread ou na modalidade de taxa de juro podem alterar muito o valor da prestação.
2. Transferir o crédito para outro banco. Se as condições atuais já não fazem sentido, vale a pena espreitar o que outras instituições oferecem. Muitas vezes, há spreads mais baixos e campanhas sem comissões que permitem poupar logo no primeiro mês.
3. Mudar os seguros para fora do banco. O seguro de vida e o seguro multirriscos são obrigatórios no crédito habitação, mas não precisam de ser contratados com o banco. E é aqui que pode estar uma poupança grande: mudar os seguros para uma seguradora independente pode reduzir a prestação em 20%, 30%... até 60% em alguns casos.
4. Amortizar parte do crédito. Se recebeu um reembolso do IRS ou tem algum dinheiro de lado, amortizar parte do crédito pode reduzir a dívida e, com isso, baixar a prestação mensal.
5. Renegociar o spread com o banco. Mesmo sem transferir o crédito, pode tentar negociar melhores condições. Se tem um bom historial e um perfil estável, pode conseguir um spread mais baixo.
6. Rever a maturidade da Euribor. Dependendo se escolhe Euribor a 3, 6 ou 12 meses, o valor da prestação pode oscilar de formas diferentes. Prazos mais curtos reagem mais rápido às descidas (e subidas), enquanto os mais longos oferecem alguma estabilidade.
No IRS, não pode deduzir diretamente a prestação da casa como despesa. Caso o contrato do crédito habitação tenha sido celebrado antes de 31 de dezembro de 2021, pode deduzir 15% dos juros do crédito habitação até ao limite de 296 euros.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
O que achou deste artigo?
Queremos continuar a trazer-lhe conteúdos úteis. Diga-nos o que mais gostou.
Agradecemos a sua opinião!
A sua opinião importa. Ajude-nos a melhorar este artigo do Salto.
Agradecemos o seu contributo!