Está com dúvidas se deve contratar um seguro multirriscos habitação? Conheça as principais coberturas e o que deve considerar na hora de escolher a opção mais adequada à sua situação.
Sabia que este é um dos seguros mais subscritos pelos portugueses? Em primeiro lugar, porque o seguro de incêndio - a componente base do multirriscos - é obrigatório para todos os edifícios em regime de propriedade horizontal. Em segundo, porque tem uma grande abrangência de proteções. Assim, é natural que os proprietários o procurem para salvaguardar os seus bens, além das coberturas obrigatórias.
Se é proprietário de um imóvel em regime de propriedade horizontal é obrigado a ter um seguro contra incêndios em vigor. Este cobre o risco de danos provocados no imóvel por incêndio e abrange as frações autónomas, assim como as partes comuns do edifício (telhado, escadas, elevadores e garagem).
O objetivo desta lei é proteger o património. Nem todos os proprietários terão capacidade financeira para contribuir para a reparação ou reconstrução do prédio em caso de incêndio. Desta forma, a seguradora fica encarregue de pagar a indemnização necessária, mesmo que os danos tenham ocorrido por ação negligente do segurado.
Como o nome indica, o seguro multirriscos habitação é mais abrangente que o seguro de incêndio. Enquanto o segundo apenas garante o pagamento de uma indemnização se ocorrer um único risco - o de incêndio, o primeiro assegura uma compensação para uma variedade de outros riscos.
O seguro da casa cobre os danos causados no imóvel e no recheio da casa. As coberturas disponíveis são inúmeras e diferem consoante a seguradora.
Antes de avaliar qual a opção mais adequada para o seu caso, é importante compreender a diferença entre seguro do edifício e seguro de recheio. Pode subscrever as duas coberturas: separadas ou em conjunto (a situação mais comum).
Um seguro multirriscos habitação cobre inúmeros riscos. Por isso, é importante perceber quais as mais relevantes para o seu caso.
Além das acima referidas, existem outras coberturas:
O prémio (preço do seguro) depende da ponderação de vários fatores.
Que coberturas quer incluir no seu seguro? A lista é extensa. No entanto, quanto contratar, mais protegido ficará. Por outro lado, também terá de desembolsar um prémio maior.
A franquia é a parte dos prejuízos que, em caso de sinistro, fica a cargo do tomador. Uma franquia mais elevada reduz o prémio a pagar, uma vez que a seguradora será responsável por menos sinistros. Reduzindo o valor da franquia, o preço anual vai subir, mas a proteção também será maior.
Imagine que optou por uma franquia de 500 euros e teve uma inundação em casa, com um prejuízo de 700 euros. Só receberá 200 euros do seguro. Se, por outro lado, escolher uma “franquia zero”, receberá a indemnização por inteiro, ou seja, os 700 euros.
Há seguradoras que aplicam um encargo pelo pagamento do seguro ao semestre, trimestre ou todos os meses. Verifique estas condições antes de se decidir. Em alguns casos, mesmo que opte por fracionar o pagamento, aderindo ao débito direto, estes encargos são anulados.
Sabia que todos os concelhos de Portugal recebem uma classificação de risco por parte das seguradoras? Esta classificação depende das corporações de bombeiros existentes e das estradas que atravessam cada município. Quanto maior o número de efetivos e melhor a rede viária, menor a tarifa aplicada ao seguro de incêndio.
Se as paredes do edifício forem feitas de materiais incombustíveis e existir uma placa a separar os pisos e o telhado, a tarifa será mais leve. Em edifícios mais antigos ou com construções menos rigorosas, o risco de propagação de incêndio é maior e o prémio vai refleti-lo.
O preço do seguro sofre um desconto se existirem ferramentas de prevenção contra incêndios ou roubos. Mecanismos como sistemas fixos de extinção automática por água (sprinklers), extintores portáteis ou sistemas de deteção de fumo ajudam a prevenir ou a reduzir as consequências de um fogo. Da mesma maneira, a existência de portas blindadas, alarmes, câmaras de vigilância ou porteiro dissuadem o furto ou roubo.
Ao escolher a melhor opção entre os diversos seguros multirriscos habitação existentes no mercado deve ter em atenção cinco detalhes.
Cada casa (e cada caso) é diferente. Se vive em Lisboa ou no Algarve, zonas com risco sísmico acentuado, talvez valha a pena incluir esta cobertura no seu seguro. Se possui bens de valor especial, como um quadro, assegure-se que o seu recheio está protegido contra o furto ou roubo.
É um dos passos mais importantes na avaliação do melhor seguro multirriscos habitação por causa da regra proporcional: se o capital seguro for inferior ao custo de reconstrução do edifício ou de substituição dos bens, a seguradora só pagará a parte dos prejuízos proporcionais.
Imagine que um incêndio destruiu a sua casa. Ao subscrever o seguro, contabilizou o recheio como valendo 100 000 euros. No entanto, o perito da seguradora concluiu que, no total, os seus bens só valiam 70 000 euros. A indemnização será 70 000 euros, mesmo que o capital contratado seja superior. Pagou um prémio acima do que devia (o prémio é calculado em função do capital segurado) e não receberá mais por isso.
Por outro lado, se indicou um capital de reconstrução abaixo do valor real, a seguradora não pagará a totalidade dos danos. Imagine que o custo de reconstrução é de 100 000 euros, mas segurou apenas 80 000 euros. Se o incêndio destruir o edifício, só receberá 80 000 euros. E se for uma inundação que causou prejuízos no valor de 10 000 euros? Também não receberá estes 10 000€. Receberá apenas 8 000 euros, ou seja, a proporção do capital efetivamente segurado.
Assim, é muito importante que calcule com o maior detalhe o valor dos bens e do edifício.
A definição do capital seguro para o recheio pode ser mais complicada. É necessário listar com cuidado todos os bens, atribuir-lhe um valor e somá-los. Estimar a mais pode ser um problema. Mas estimar a menos causa uma dor de cabeça ainda maior.
Se tiver objetos de grande valor, como joias, câmaras de filmar ou esculturas, pode ser importante referi-los na proposta de seguro. Aliás, há seguradoras que, a partir de determinado capital ou valor seguro, agravam o prémio final.
3. Peça várias simulações
É fundamental analisar simulações de companhias diferentes. Assim, terá a certeza de que estará a tomar a melhor opção pois compara as coberturas e prémios. Além disso, vai perceber como são calculadas eventuais indemnizações, percebendo quais lhe são mais vantajosas. E não se esqueça de verificar o impacto da franquia no prémio final.
4. Negoceie os valores do prémio, capitais e as coberturas
Não tem de aceitar a primeira proposta. Ao receber as várias simulações consegue avaliar se determinada cobertura é mesmo essencial para a proteção que deseja. Afinal, pode chegar à conclusão de que o prémio adicional não justifica o investimento. Por outro lado, a inclusão de uma cobertura como a de riscos sísmicos talvez represente um acréscimo muito menor do que antecipava. Reduza ou aumente franquias para ajustar o preço a pagar. E, nalguns casos, compre um extintor para ter em casa. A redução no prémio, por ter um mecanismo de combate a incêndio, compensará esse esforço extra.
O melhor seguro multirriscos habitação é aquele que for mais adequado para si e para a sua carteira. Avalie bem aquilo de que precisa e corte no que for supérfluo. No entanto, não abdique de ter uma proteção robusta. Além do seguro de incêndio obrigatório, as coberturas adicionais de um seguro multirriscos habitação oferecem uma proteção que protege o seu futuro e o da sua família, bem como os seus bens.
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