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Despesas na compra da casa: tudo o que precisa de saber antes de avançar

24 abr 2025 | 4 min de leitura

Comprar casa é entusiasmante, sim, mas também traz uma lista de despesas que convém conhecer desde o início.

Comprar casa é um passo gigante, talvez um dos mais marcantes da vida. Mas estaríamos a mentir se disséssemos que não pesa na carteira. Entre impostos, escritura, comissões e seguros, há uma série de custos que se acumulam muito antes de ter a chave na mão.

 

Para não ser apanhado desprevenido, vale a pena saber ao que vai e com o que contar.

 

 

Entrada inicial (capital próprio)

Se vai recorrer a crédito habitação, saiba que nenhum banco empresta 100% do valor da casa (salvo exceção que vamos ver de seguida). O máximo costuma ser 90% do menor valor entre o preço de compra e o valor de avaliação feito pelo banco. Ou seja, terá de entrar com, pelo menos, 10% do valor da casa e, se a avaliação for mais baixa que o preço de compra, terá de cobrir essa diferença também.

 

Empréstimo a 100% para jovens até aos 35 anos

Desde 2024 que passou a ser possível aceder a financiamento a 100% para jovens até aos 35 anos. Este apoio, promovido pelo Estado em parceria com a banca, aplica-se à compra de primeira habitação própria e permanente e tem regras específicas:

 

  • A casa não pode ter um valor superior ao montante máximo definido para a tipologia e zona do país
  • O comprador não pode ser proprietário de outro imóvel habitacional
  • O crédito deve ser concedido por bancos aderentes ao protocolo do Governo
  • A avaliação bancária continua a ser determinante, mesmo que o valor de compra seja mais elevado, o banco apenas financia até 100% da avaliação, não do preço de mercado.

 

 

Sinal no CPCV (Contrato-Promessa de Compra e Venda)

Este contrato é uma espécie de "reserva formal" do imóvel. Normalmente dá-se um sinal de 10% do valor da casa. Esse valor depois é descontado no pagamento final.

 

Se desistir do negócio sem justificação, perde o valor entregue. Se for o vendedor a desistir, tem de devolver o dobro.

 

 

Comissões bancárias

Se vai fazer crédito habitação, conte com várias comissões:

 

  • Comissão de avaliação: ronda os 250 a 300 euros
  • Comissão de estudo ou abertura de processo: cerca de 300 a 400 euros
  • Comissão de preparação da documentação: mais 200 a 400 euros, consoante o banco.

 

Total médio? Cerca de 800 a 1.100 euros em comissões iniciais.

 

 

Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT)

É um dos maiores encargos e aplica-se sempre que há compra de casa (salvo algumas exceções).

 

Este imposto é pago antes da escritura e calcula-se com base no valor da escritura ou no Valor Patrimonial Tributário (o maior dos dois). A taxa depende do tipo e valor do imóvel e da finalidade (habitação própria ou secundária).

 

Se a casa for para habitação própria e permanente e custar até 101.917 euros, há isenção total no continente. Acima disso, o valor varia consoante escalões.

 

Também aqui os jovens até aos 35 anos contam com uma ajuda extra: isenção de IMT na compra da primeira casa até 324.058 euros, e isenção parcial até aos 648.022 euros.

 

 

Imposto do Selo (IS)

Tem duas vertentes:

 

  • IS sobre a compra da casa: aplica-se uma taxa de 0,8% sobre o valor de escritura ou VPT (o mais alto)
  • IS sobre o crédito à habitação: se recorrer a financiamento, paga 0,6% sobre o valor do empréstimo (ou 0,5% se o prazo for inferior a 5 anos).

 

Tal como no IMT, os jovens até aos 35 anos também estão isentos do pagamento de Imposto do Selo sobre a compra da casa, se esta for para primeira habitação própria e permanente.

 

 

Escritura e registos

A formalização da compra é feita na escritura, e aí também há contas a pagar. Pode fazê-lo num cartório, com um advogado ou através do serviço Casa Pronta (mais simples e barato).

 

  • Casa Pronta (sem crédito): cerca de 375 euros
  • Casa Pronta (com crédito): cerca de 700 euros, porque inclui o registo da hipoteca.

 

Em cartórios ou com advogados, os valores podem variar significativamente.

 

 

Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI)

Este imposto é anual, pago ao município onde se localiza o imóvel. Calcula-se sobre o Valor Patrimonial Tributário (VPT) e a taxa é definida pela câmara municipal.

 

  • A taxa costuma variar entre 0,3% e 0,45%
  • Há isenção até três anos para habitações próprias permanentes com VPT até 125.000 euros e rendimentos do agregado abaixo de 153.300 euros.

 

 

Seguros obrigatórios

Com crédito habitação, o banco exige dois seguros, que podem custar entre 200 a 600 euros anuais:

 

  • Seguro de Vida: cobre o pagamento do crédito em caso de morte ou invalidez. O valor varia com a idade, saúde, capital em dívida e seguradora
  • Seguro Multirriscos-Habitação: cobre danos no imóvel. O prémio depende do valor segurado e coberturas.

 

 

Despesas de condomínio

Se comprar um apartamento (ou moradia em condomínio), terá de contribuir para as despesas comuns: manutenção, limpeza, elevadores, fundo de reserva, etc.

 

O valor é definido pela administração do condomínio e pode ir dos 20 aos 100 euros mensais (ou mais, dependendo do edifício).

 

 

Manutenção e extras

Depois da compra, há sempre custos inesperados: pintura, obras, eletrodomésticos, mobília, etc. Prepare um fundo extra para isso.

 

No meio de tantos números, documentos e decisões, sabemos que é fácil sentir-se sobrecarregado. Mas saber com o que pode contar dá-lhe uma vantagem: permite-lhe avançar com mais segurança, mais clareza e menos surpresas.

 

 

Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.

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