O termo crise financeira causa-lhe arrepios? Saiba como estar preparado para o que der e vier.
Ninguém gosta de falar de crises financeiras, pois normalmente são sinónimo de dificuldades económicas e sociais. Mas é importante estar preparado para enfrentar o pior cenário possível. Afinal as crises são naturais, acontecem com alguma frequência e, com a inflação a bater recordes, a crise da energia e a subida das taxas de juro, é possível que uma crise financeira e económica esteja à espreita.
Habitualmente, falamos em crise financeira quando instituições ou ativos financeiros - como ações ou imóveis - sofrem uma desvalorização repentina. Estes acontecimentos são, muitas vezes, precedidos de períodos de expansão económica e excesso de concessão de crédito.
Um declínio financeiro pode ter várias causas, nomeadamente a sobrevalorização de ativos, e pode ser exacerbada por comportamentos irracionais dos investidores ou cidadãos (a chamada corrida aos bancos ou aos mercados). Se não for controlada, pode levar uma economia à recessão ou depressão.
A economia é cíclica. O termo crise económica refere-se a um período de transição entre uma fase de crescimento e uma fase de recessão ou de depressão económica. Nestes períodos, há uma diminuição no crescimento económico do país, devido a uma quebra na atividade em vários setores (e não apenas no setor financeiro).
A crise económica está tradicionalmente associada a uma queda do PIB (Produto Interno Bruto), aumento das taxas de juro, redução do consumo, da produção e ao aumento do desemprego e da pobreza na população.
Em resumo: uma crise financeira afeta diretamente o setor financeiro, enquanto numa crise económica todos os setores da economia, como um todo, são afetados.
A inflação que vivemos neste momento, a crise da energia e a subida da Euribor tem colocado muita pressão nas famílias portuguesas (e não só). Porém, o Governo ainda não assume um cenário de recessão (o Orçamento do Estado para 2023 prevê crescimento económico e uma taxa de desemprego controlada). No entanto, as famílias portuguesas já sentem na sua carteira o efeito do aumento dos preços. Se quer preparar o seu orçamento para uma crise financeira em Portugal, deixamos-lhe algumas dicas.
Avalie o orçamento familiar todos os meses para ver que despesas podem ser reduzidas. Está a gastar muito dinheiro com bens ou serviços acessórios, como subscrições de streaming? Elimine ou reduza essas despesas. A conta da energia ou da água está mais elevada do que o comum? Encontre formas de poupar. Está a deixar mais dinheiro no supermercado do que em meses anteriores? Compre apenas o que precisa e opte por produtos de marca branca para poupar dinheiro.
Depois de cortar nos gastos, é importante aumentar a sua capacidade de poupança. Num plano ideal, 20% dos seus rendimentos devem seguir para as suas poupanças, nomeadamente para reforçar o fundo de emergência. Este mecanismo será bastante útil caso fique desempregado, devido a um declínio financeiro ou económico.
Se tem um Plano de Poupança Reforma ou um seguro financeiro para o qual faça contribuições mensais, não deixe de fazer os reforços. Mesmo que esteja numa situação complicada, pense a longo prazo.
Numa situação de crise económica, em vez de cortar nas poupanças é preferível perceber se os créditos estão a pesar demasiado na sua situação financeira. Neste caso, deve focar-se em pagar mais rapidamente os empréstimos com taxas de juro mais elevadas, como os créditos ao consumo e os cartões de crédito.
Se tem investimentos (fundos de investimento ou ações, por exemplo), evite tomar decisões emocionais sobre dinheiro. Mesmo que o mercado esteja em queda, deve pensar bem antes de tomar a decisão de resgatar o valor investido e perder dinheiro.
Independentemente de cortar nas despesas, deve sempre tentar aumentar os rendimentos mensais. Para tal, procure aprender novas competências, que aumentem o seu valor no mercado de trabalho. Se não tem disponibilidade financeira para investir na carreira, opte pelas plataformas de curso online gratuitas. Desta forma terá novos argumentos para negociar um aumento salarial na empresa onde trabalha ou melhorar o currículo para encontrar novo emprego.
Uma crise financeira pode ser o momento para se reinventar. Tem alguma paixão que pode rentabilizar? Considere começar um projeto para gerar rendimentos extra. Pode ser um blog, a criação de um e-book sobre um tema que domine ou um curso online são formas que pode utilizar para obter rendimentos passivos.
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