Os imprevistos acontecem, mas há forma de os contornar. Ter uma poupança apenas com dinheiro de emergência pode ser a resposta para enfrentar eventualidades. Saiba como começar hoje a poupança de que poderá vir a precisar amanhã.
Reza o ditado que “no poupar é que está o ganho”: enquanto poupa, não gasta — logo, está a ganhar. Mas a importância da poupança vai mais além. Pode dizer-se que poupar dinheiro para uma emergência é tão crucial como ter um colete salva-vidas num barco. Esperamos que o pior não aconteça, mas, se acontecer, estaremos preparados.
A vida não é linear, por isso, ter um fundo de emergência pode ser o oxigénio necessário para enfrentar o “que der e vier”.
Ter uma poupança com dinheiro de emergência faz com que deixe de viver no limite financeiro e dá-lhe confiança para enfrentar eventos inesperados com calma e tranquilidade.
Fazer uma poupança para uma emergência ajuda-o a gerir o orçamento familiar: se o dinheiro não estiver na conta à ordem, não está disponível para gastar. Além disso, ao colocar o dinheiro numa conta separada, sabe exatamente quanto tem no seu fundo de emergência e quanto precisa para alcançar o seu objetivo.
Se precisar de dinheiro urgentemente, mas não tiver uma poupança à qual recorrer, pode tomar uma decisão que coloque em causa a sua estabilidade pessoal ou financeira, como pedir dinheiro a familiares ou amigos, vender algo que é importante para si ou retirar dinheiro da sua poupança para a reforma. Decisões que pode evitar se tiver um fundo de emergência.
Embora não exista uma regra universal, muitos especialistas em finanças pessoais defendem que esta poupança deve cobrir entre seis a 12 meses de despesas mensais.
Uma família que tenha 600 euros de despesas por mês, deve ter entre 3 600 e 7 200 euros no fundo de emergência.
Pode parecer um valor elevado. Mas, se está a começar do zero, construa o seu pé-de-meia devagar. A ideia é reservar uma percentagem dos rendimentos mensais para atingir o seu objetivo.
Pode, ainda, ajustar o montante com base nas suas despesas, na dimensão da família, estabilidade no emprego ou se, por exemplo, tem um seguro de vida ou de saúde.
Feitas as contas, é altura de descobrir quanto tem de poupar por mês para atingir o objetivo.
O João e a Maria casaram há pouco tempo, mas ainda não têm filhos. Juntos, têm rendimentos mensais no valor de 2 000 euros. Entre crédito à habitação, seguro de saúde, eletricidade, água, gás e alimentação, as suas despesas chegam aos 750 euros por mês.
Ambos têm uma situação profissional estável, mas nunca se sabe o dia de amanhã. Ainda não têm um fundo de emergência, mas querem começar agora e têm como objetivo poupar 4 500 euros, o equivalente a seis meses de despesas. Quanto teriam de poupar por mês para alcançar essa meta?
Para chegar a estes valores, utilizámos o simulador de poupança do Todos Contam - o portal de literacia financeira do Plano Nacional de Formação Financeira, desenvolvido pelos supervisores financeiros (Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e Instituto de Seguros de Portugal).
Para este exercício, estipulámos um valor final de 4 500 euros, com poupanças mensais regulares, colocadas num produto de poupança com uma TANB (Taxa Anual Nominal Bruta) de 0,01%, com capitalização de juros mensais.
Nestas condições, se o João e a Maria quisessem poupar 187,50 euros por mês durante dois anos, teriam de colocar de lado 9,375% dos seus rendimentos.
Construir uma poupança demora tempo e, para quem tem poucos rendimentos ou muitas despesas, pode ser ainda mais difícil. O mais importante é dar o primeiro passo e começar a poupar. Mesmo que seja pouco.
Se não sabe como poupar dinheiro para o futuro, deixamos-lhe algumas dicas que podem ajudá-lo a alcançar o objetivo.
Idealmente, o dinheiro de emergência deve estar investido num produto seguro e flexível, como as contas poupança ou depósitos a prazo que permitam reforços.
Por este motivo, quando estiver a escolher a melhor conta poupança para o seu dinheiro de emergência, opte por um produto com entregas programadas, que pague juros e que permita resgates antecipados.
Desta forma, é possível aumentar a poupança todos os meses - ou quando tiver disponibilidade financeira - e retirar o dinheiro se o inesperado acontecer.
Aproveitar o balanço da poupança e, além dos imprevistos, invista também no futuro a longo prazo. Uma vez tendo construído o fundo de emergência, pense na reforma e em todos os sonhos que gostaria de cumprir. Há vários produtos concebidos especialmente para esta finalidade, como os PPR (Planos Poupança Reforma) que, além de permitirem reforços mensais, ainda têm vantagens fiscais.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria
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