Antes de mais, convém definir “emergência” e “fundo de emergência”. Em finanças pessoais, quando falamos de emergências falamos de fatores imprevistos que têm um impacto financeiro.
Na realidade, estes imprevistos podem ser supridos por seguros ou por poupanças. Sendo imprevistos, não sabemos quando (ou mesmo se) se irão concretizar, pelo que importa termos uma postura de prudência e constituir uma poupança para o efeito. Isto é, criar um fundo de emergência.
Para ter segurança financeira, deverá conseguir ter algum dinheiro colocado de parte para suprir qualquer imprevisto. Veja como fazê-lo.
Se ainda não tem um orçamento familiar, recomendamos que o faça com alguma brevidade. Se já fez, saberá certamente onde gasta o seu dinheiro. Caso ainda não tenha constituído as suas poupanças de emergência, deverá olhar de forma crítica para o orçamento familiar em busca de fontes de desperdício. Pode acontecer mesmo ter de cortar algumas das suas despesas de conforto, mas pode ser algo pontual.
No esforço de cortar despesas, é fundamental perceber claramente o que é essencial para a sua vida e aquilo que poderá cortar sem colocar em causa a sua qualidade de vida.
Existem muitos hábitos que temos como adquiridos e essenciais, mas que se virmos bem conseguimos cortar sem prejudicar a sua vida. E por vezes falamos de algo muito simples como reduzir a alimentação fora de casa ou mesmo utilizar vouchers de desconto. O importante é ser criativo e assertivo nas suas decisões.
Nesta questão, existem diversas opiniões. Aquela que parece reunir mais consenso defende a constituição de uma poupança que permita suportar o equivalente a seis ou 12 meses de despesas.
É certo que este valor irá depender de inúmeros fatores, como a estabilidade do seu vínculo laboral, a existência de casa própria, a existência de filhos, entre outros. Qualquer que seja o valor determinado, é importante que, se ainda não tem uma poupança, comece a constituí-la o quanto antes.
Os fundos de emergência são destinados a suprir custos inesperados ou situações de carência imediata. Assim sendo, fará sentido que a carteira de investimento seja maioritariamente constituída por aplicações financeiras com baixo risco e elevada liquidez.
Se não sabemos quando iremos precisar do dinheiro, necessitamos de ter em consideração a liquidez das aplicações financeiras. Se investir em produtos pouco líquidos, poderá não os conseguir vender quando precisar do dinheiro.
Se investir em produtos com risco, poderá ter de ser forçado a vender a perder dinheiro.
De pouco vale estar a assumir riscos excessivos ou comprar aplicações financeiras que não tenham a flexibilidade para podermos mobilizar o dinheiro logo que possível.
Associado ao ponto anterior estão as condições de resgate que podem ser mais ou menos restritivas. Se pretende um produto que tenha elevada liquidez, tal significa que deve evitar aplicações financeiras com condições penalizadoras para o resgate.
Muitas pessoas optam por constituir as suas poupanças na sua conta à ordem. Sendo certo que todas as poupanças são positivas, o facto de ter o dinheiro na sua conta à ordem acaba por representar uma grande tentação de consumo.
Adicionalmente, não ter o dinheiro em aplicações financeiras de médio e longo prazo poderá implicar uma menor remuneração desse montante.
A propósito, à medida que for reforçando estas aplicações financeiras, poderá constituir uma carteira mais voltada para objetivos de médio e de longo prazo (como a preparação da sua reforma). Mas antes de se focar noutros objetivos, é necessário que garante a segurança financeira da sua família.
Tendo como válidas as sugestões acima evidenciadas, fica a questão de onde aplicar o seu fundo de emergência. Neste contexto, poderemos referir apenas a importância de respeitar a liquidez e o baixo risco das aplicações financeiras. Assim, produtos como depósitos a prazo, fundos de tesouraria ou de liquidez revelam-se alternativas potencialmente interessantes.
O fundamental, contudo, é que se informe sobre as características das várias aplicações financeiras e que conheça todas as suas potencialidades e riscos. Poderá dirigir-se ao seu balcão ou consultar o site do banco para esclarecer todas as suas dúvidas.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
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