Sabe o que é o Orçamento do Estado e como é que se processa? Quem decide o quê? Porque é tão importante? Descubra, neste artigo, as respostas a estas dúvidas.
Todos os anos se ouve falar do Orçamento do Estado (OE). É um tema que gera bastante debate e curiosidade, ocupando largos minutos dos telejornais e inúmeras páginas dos jornais, online ou físicos. Mas sabe exatamente o que é o Orçamento do Estado e como é que impacta diretamente a sua vida financeira? É o que explicamos de seguida.
Da mesma forma que as famílias controlam os rendimentos e as despesas através do seu orçamento familiar, o Governo define e gere as finanças do país através do Orçamento do Estado.
Trata-se de um documento elaborado todos os anos pelo Governo, que prevê as despesas e as receitas do Estado e inclui medidas concretas a realizar no ano seguinte. No fundo, é onde o Executivo define onde vai buscar rendimentos (maioritariamente impostos) e como pretende utilizar o dinheiro que tem disponível.
O OE tem três funções primordiais:
O OE é importante porque tem influência direta na vida de todos os cidadãos. Por exemplo, é este documento que determina se haverá, ou não, um aumento de impostos no ano seguinte ou quanto dinheiro será destinado para áreas como:
O Governo, em conjunto com todos os Ministérios, prepara o Orçamento do Estado, definindo a estratégia orçamental, os objetivos e as prioridades de política e de distribuição de recursos para o ano em causa. A proposta de lei do orçamento do estado deve ser entregue pelo Ministro das Finanças ao Presidente da Assembleia da República, no dia 10 de outubro.
Depois, segue-se o período de debate na generalidade e especialidade, em que a proposta de Orçamento do Estado é discutida e aprovada na Assembleia da República. Nesta fase, que tem a duração de 50 dias, qualquer Deputado pode apresentar propostas de alteração e defendê-las.
O processo de aprovação do Orçamento do Estado começa com a entrega da proposta orçamental pelo Governo à Assembleia da República, que deve ocorrer até 10 de outubro de cada ano. Após a apresentação do documento pelo ministro das Finanças, realiza-se a primeira votação, na generalidade, que está agendada para 31 de outubro. Segue-se um período de debate e análise, culminando com a votação final global, marcada para 29 de novembro. Depois de aprovado, o Orçamento do Estado é promulgado pelo Presidente da República e publicado em Diário da República, tornando-se Lei do Orçamento do Estado.
Por regra, o Orçamento do Estado entra em vigor no dia 1 de janeiro do ano em questão. Porém, em situações excecionais, pode iniciar-se noutra altura.
O OE para 2023 ainda se encontra em debate, no entanto, já está disponível o Orçamento Cidadão, um documento que visa explicar de forma simples os principais números e medidas do Orçamento do Estado. Assim:
Receitas
Em 2025 são esperados cerca de 134 mil milhões de euros de receita, o que significa um crescimento de 6,4% face a 2024. Os impostos são a principal fonte de receita do Estado e deverão representar cerca de 73 mil milhões de euros das entradas de dinheiro, dividindo-se entre impostos diretos - como o IRS e o IRC - e impostos indiretos – entre os quais se destaca o IVA. As contribuições sociais pagas por empresas e trabalhadores também oferecem um contributo relevante, devendo atingir 38 mil milhões de euros.
Despesas
A despesa prevista para 2025 atinge 132,9 mil milhões de euros. Os gastos mais relevantes são as prestações sociais e os gastos com a função pública. Prevê-se um crescimento de 6,6%, destacando-se as prestações sociais, o investimento (muito relacionado com execução do PRR), os gastos com pessoal e o consumo intermédio.
As receitas e as despesas esperadas perfazem um saldo orçamental para 2025 de 863 milhões de euros.
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