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O segredo para poupar e controlar o orçamento? Experimente o 50/30/20

31 jan 2025 | 5 min de leitura

A simplicidade deste método torna-o uma ferramenta poderosa para qualquer pessoa, independentemente do nível de rendimentos. Fique a conhecer a regra 50/30/20.

Está a tentar organizar o seu orçamento, mas não sabe por onde começar? O método 50/30/20 pode ser a resposta que tanto procurava. Esta regra “mágica” é hoje uma das estratégias mais recomendadas para ajudar famílias a gerirem o dinheiro de forma clara e realista.

 

 

O que é o método 50/30/20?

A regra 50/30/20 é um sistema de gestão financeira que organiza o orçamento pessoal ou familiar de forma equilibrada, dividindo-o em três categorias:

 

  • 50% para necessidades
  • 30% para desejos
  • 20% para poupança e pagamento de dívidas.

 

Este método permite-lhe saber exatamente quanto destinar a cada tipo de despesa e facilita a poupança e o alcance dos objetivos financeiros. Em vez de se perder em cálculos complexos, basta distribuir o rendimento líquido segundo esta divisão simples e eficiente. Veja como no ponto seguinte.

 

 

E como funciona?

Para compreender bem o funcionamento do método 50/30/20, é fundamental conhecer as três categorias de despesas onde vai distribuir o rendimento líquido mensal: necessidades, desejos e poupança (ou amortização de dívidas). Cada uma destas categorias é representada por uma percentagem do rendimento, que corresponde ao quanto devemos destinar para cada tipo de despesa. Vamos explorar cada uma destas categorias mais a fundo.

 

 

Necessidades: 50% do rendimento

 

As necessidades são as despesas essenciais e obrigatórias, ou seja, aquelas que garantem o bem-estar e o funcionamento do dia a dia. Estas despesas cobrem o básico para manter uma vida estável e confortável e não podem ser ignoradas. 

Alguns exemplos de despesas nesta categoria incluem:

 

  • Habitação: renda ou prestação do crédito à habitação
  • Transportes: custos com o transporte público ou o pagamento de prestações e combustível de um automóvel
  • Alimentação: compras de supermercado
  • Contas de serviços essenciais: eletricidade, gás, água e telecomunicações (internet e telemóvel)
  • Seguros: saúde, vida e automóvel, quando essenciais.

 

O objetivo é que estas despesas básicas ocupem, no máximo, 50% do rendimento líquido. Caso esta percentagem esteja acima desse valor, pode ser sinal de que há necessidade de otimizar alguns custos.

 

 

Desejos: 30% do rendimento

 

A segunda categoria, com 30% do rendimento, é destinada aos desejos. Estas são despesas que, embora não sejam essenciais, trazem mais prazer e qualidade de vida. São os pequenos luxos e confortos que tornam o nosso dia a dia mais agradável, mas que, caso fosse necessário, poderiam ser reduzidos ou eliminados.

 

Nesta categoria, incluem-se despesas como:

 

  • Refeições fora de casa
  • Subscrições mensais
  • Atividades de lazer e entretenimento
  • Viagens e férias
  • Roupa e acessórios.

 

Gerir esta parte do orçamento requer alguma disciplina, especialmente porque estas despesas são mais tentadoras e fáceis de justificar. O segredo está em fazer escolhas conscientes e ponderadas, para que os desejos não ultrapassem os 30% do rendimento e não interfiram na capacidade de cumprir as necessidades ou poupar.

 

 

Poupança ou amortização de dívidas: 20% do rendimento

 

A última categoria, representada por 20% do rendimento, é destinada à poupança ou ao pagamento de dívidas. Esta é uma parte crucial do orçamento, pois assegura que está a construir um futuro financeiro mais seguro e a criar uma reserva que poderá servir de apoio em momentos de maior necessidade ou imprevistos.

 

Estes 20% podem ser distribuídos da seguinte forma:

 

  • Fundo de emergência: criar uma poupança que permita cobrir despesas inesperadas, como uma avaria no carro ou uma urgência médica
  • Poupança para objetivos: economizar para metas específicas como a entrada de uma casa, a educação dos filhos, uma viagem de sonho ou a reforma
  • Amortização de dívidas: reduzir o valor de dívidas, caso existam, como créditos pessoais, cartões de crédito ou qualquer outro tipo de empréstimo com juros elevados
  • Investimentos: colocar parte deste valor em aplicações que permitam obter rendimentos a longo prazo, como fundos de investimento, Plano Poupança Reforma (PPR) ou, até, investimentos mais modernos como criptomoedas, caso se tenha o conhecimento e o perfil de risco adequado.

 

Ao destinar consistentemente 20% do rendimento para poupanças ou amortização de dívidas, vai estar a preparar-se para o futuro e aumentar a sua segurança financeira.

 

Exemplo prático da regra 50/30/20

Imagine que a Ana tem um rendimento líquido mensal de 1.500 euros e quer usar o método 50/30/20 para organizar o orçamento.

 

  • 50% para Necessidades (750 euros): inclui a renda da casa (550 euros), contas de água, luz, internet e telecomunicações (100 euros) e supermercado (100 euros)
  • 30% para Desejos (450 euros): a Ana destina este valor para refeições fora de casa, atividades de lazer, compras de roupa e subscrições como Netflix ou ginásio
  • 20% para Poupança ou Amortização de Dívidas (300 euros): este montante é usado para criar um fundo de emergência, investir a longo prazo e pagar parte de um crédito ao consumo.

 

 

Passo a passo para começar a aplicar o método 50/30/20

Quer pôr o método em prática? Deixamos-lhe um guia simples:

  1. Verifique o rendimento líquido (após impostos e deduções) para saber com quanto conta. Este é o montante que usará como base para o método 50/30/20
  2. Use o extrato bancário para identificar onde vai o seu dinheiro e qual a percentagem que está a gastar em cada tipo de despesa
  3. Analise as despesas dos últimos meses e classifique-as de acordo com as três categorias: necessidades, desejos e poupança
  4. Calcule a percentagem que cada categoria representa no seu orçamento atual
  5. Ajuste os gastos gradualmente para cumprir a regra. Reduza na parcela dos “desejos” para poder aumentar na da poupança e garantir que a categoria de “necessidades” não ultrapassa 50% do seu orçamento.

 

 

Ferramentas que o ajudam a aplicar a regra 50/30/20

Hoje em dia, há várias ferramentas e aplicações de finanças pessoais que facilitam a gestão do orçamento de acordo com o método 50/30/20. Aqui ficam algumas sugestões:

 

  • Aplicações de gestão financeira: apps como Mint, YNAB (You Need A Budget), Boonzi, ou a Toshl Finance ajudam a categorizar despesas, controlar o progresso e a manter a motivação para poupar
  • Folhas de cálculo: um simples Excel ou Google Sheets também funciona. Pode criar uma tabela com as três categorias e acompanhar o quanto está a gastar em cada uma
  • Alertas e lembretes no telemóvel: configure lembretes para reavaliar as despesas ou ajustar o orçamento mensalmente. Pequenos ajustes ao longo do tempo fazem uma grande diferença.

 

 

Curiosidade: como surgiu a regra 50/30/20?

O método 50/30/20 foi apresentado pela primeira vez em 2005, no livro All Your Worth: The Ultimate Lifetime Money Plan, de Elizabeth Warren e Amelia Warren Tyagi. O objetivo? Simplificar a gestão financeira ao permitir que qualquer pessoa pudesse criar um orçamento sustentável e prático. A fórmula ganhou popularidade mundialmente por ser de fácil aplicação, além de ajudar a conquistar segurança financeira e um fundo de emergência para o futuro.

 

Quer ir ainda mais longe na sua poupança? Veja sete estratégias para poupar dinheiro mensalmente ou diga “sim” ao desafio de poupança das 52 semanas.

 

 

Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.

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