finanças

Vender casa: um guia passo a passo

03 set 2024 | 8 min de leitura

É uma decisão importante e emocionante, mas que tem de ser tomada com calma e cautela. Veja as etapas essenciais e o que ter em conta nesse momento.

Seja pela necessidade de mudar de cidade, pelo desejo de encontrar um espaço maior ou simplesmente para aproveitar uma boa oportunidade de mercado, o processo de venda de um imóvel envolve uma série de etapas e considerações que podem parecer complexas e, até mesmo, intimidantes. No entanto, com a orientação certa, é possível transformar essa experiência num percurso bem-sucedido e recompensador.

 

 

Qual o momento ideal para vender casa?

O primeiro passo é determinar se é o momento certo para o fazer. Identificar o momento ideal envolve, primeiramente, uma análise cuidadosa do mercado imobiliário atual. Considere fatores como a oferta e a procura (no geral e na sua área), a velocidade a que as ofertas na zona estão a ser vendidas e a que valor.

 

Analise também as condições económicas como as taxas de juro e o estado geral da economia. Taxas de juro baixas, por exemplo, incentivam os compradores, pois tornam os empréstimos mais acessíveis. Se as taxas estão baixas, pode ser uma excelente oportunidade para vender.

 

Por último, mas não menos importante, avalie a sua situação pessoal e as necessidades. Se precisa de vender rapidamente devido a uma mudança de emprego, questões financeiras ou outros fatores pessoais, o momento ideal pode ser ditado mais pelas suas circunstâncias do que pelas condições do mercado. Se tem flexibilidade para esperar, pode monitorizar o mercado e escolher um momento mais oportuno para maximizar o valor da venda.

 

 

Quanto vale a minha casa? Saiba antecipadamente qual é valor

Se não sabe quanto vale a sua casa, como sabe o que pedir? Então, para evitar que o imóvel fique no mercado por demasiado tempo ou que se venda por um preço abaixo do seu valor real, é essencial saber como avaliar corretamente o valor da sua casa. Mas nem sempre é tarefa simples: o valor de um imóvel depende de uma série de fatores, desde a localização até às características específicas. Para facilitar este processo, existem alguns métodos.

 

 

Comparação de mercado

Este método consiste em comparar o seu imóvel com outros semelhantes que estão à venda ou que foram recentemente vendidos na mesma área. Como fazer? Pesquise imóveis com características semelhantes (tamanho, número de quartos, estado de conservação) na zona. Para o efeito, utilize sites de venda de imóveis para comparar preços.

 

 

Avaliação profissional

Pode obter uma avaliação profissional ao contratar um avaliador certificado ou através de uma agência imobiliária ou empresa qualificada. Estes profissionais são especializados em avaliar propriedades e consideram diversos fatores como a localização, o estado do imóvel, as características da propriedade e as condições do mercado imobiliário local.

 

 

Ferramentas online

Existem várias plataformas que oferecem estimativas de valor de imóveis ao analisar dados públicos sobre vendas, características das propriedades e tendências do mercado, para fornecer uma estimativa rápida.

 

  • Instituto Nacional de Estatística (INE): o INE disponibiliza dados sobre os preços médios de venda de imóveis por zona. Tenha em consideração que estes dados podem não estar atualizados, no entanto, dão uma referência útil

 

  • Urbi Wise: plataforma com recurso a IA (Inteligência Artificial) para estimativas do valor de imóveis

 

  • Deco Proteste Casa: plataforma gratuita disponibilizada pela DECO - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor que o ajuda a saber qual o valor do imóvel, tanto para vender como para comprar

 

  • Listoo: simulador gratuito para obter o valor do imóvel.

 

Tome nota: confirme a confiabilidade destas ferramentas antes de fornecer os seus dados pessoais. Leia os termos e condições para garantir que os serviços são gratuitos e sem compromissos.

 

 

Importância de uma avaliação precisa

Embora seja natural querer maximizar o lucro da venda da casa, definir um preço demasiado elevado pode afastar potenciais compradores e prolongar o tempo de venda. Por outro lado, um preço demasiado baixo pode resultar numa perda financeira. Utilizar uma combinação de métodos de avaliação e ferramentas disponíveis ajuda a chegar a um preço de venda realista e competitivo.

 

 

Devo recorrer a uma agência imobiliária para vender a minha casa?

Vender casa com o auxílio de uma agência imobiliária ou sozinho? Ambas as opções têm vantagens e desvantagens que devem ser cuidadosamente consideradas. A escolha certa dependerá das suas necessidades, conhecimentos e recursos disponíveis. Vamos explorar as diferenças entre estas abordagens para o ajudar a tomar a melhor decisão.

 

 

Vender casa com agência imobiliária

Vantagens:

 

  • Conhecimento do mercado: agentes imobiliários têm um profundo conhecimento do mercado local ao ter acesso a dados atualizados sobre preços de venda, tendências de mercado e perfis de compradores, o que pode ajudar a definir um preço competitivo e estratégico para o imóvel

 

  • Marketing e publicidade: as agências anunciam a casa em múltiplas plataformas online, redes sociais e sites especializados. Claro que também pode tratar disso sozinho, mas será preciso tempo. Adicionalmente, as agências também tratam de fotografar o imóvel e editar essas fotos, o que se pode revelar uma grande ajuda na venda

 

  • Gestão de visitas e negociações: um agente imobiliário pode gerir todas as visitas ao seu imóvel, o que lhe poupa tempo e esforço. São também experientes em negociar e podem ajudar a maximizar o valor da venda ao tratar das objeções e perguntas dos compradores de forma direta e profissional

 

  • Assistência jurídica e administrativa: por norma, têm uma equipa de especialistas que o podem ajudar a preparar toda a documentação necessária, garantindo que todos os aspetos legais são cumpridos. Podem, ainda, orientá-lo no processo de assinatura do contrato de compra e venda e na escritura.

 

 

Vender casa “sozinho”

Vantagens

 

  • Poupar a comissão: a principal vantagem de vender a casa por conta própria é evitar o pagamento da comissão da agência imobiliária e, por consequência, ter uma maior receita líquida da venda

 

  • Controlo total: ao vender sozinho, tem controlo absoluto sobre todos os aspetos da venda. Pode decidir como e onde anunciar o imóvel, gerir as visitas e negociar diretamente com os compradores.

 

Desvantagens

 

  • Tempo e esforço: vender casa é um processo que pode ser demorado e exigente e, se optar por o fazer sozinho, terá de cuidar de todas as etapas, desde a preparação do imóvel e a publicidade, até à gestão das visitas e negociações

 

  • Falta de conhecimento especializado: sem a experiência e conhecimento de um agente imobiliário, pode ser mais difícil definir o preço correto, negociar com compradores e lidar com a documentação e questões legais

 

  • Alcance limitado: anunciar o imóvel sozinho pode limitar a visibilidade da oferta. Os agentes imobiliários têm acesso a ferramentas exclusivas e redes de contacto que conseguem atingir um público mais amplo e qualificado.

 

 

Documentos necessários para a venda da casa

Dependendo do tipo de venda e das condições do imóvel, pode precisar de diferentes documentos para celebrar um Contrato-Promessa de Compra e Venda (CPCV) e finalizar o negócio no dia da escritura. A maioria dos proprietários precisa de ter sete documentos essenciais:

 

1. Certidão permanente predial atualizada: documento com validade de seis meses que possibilita a consulta do histórico do imóvel. Inclui dados sobre o terreno, a construção, sucessões hereditárias e penhoras

 

2. A caderneta predial urbana: documento válido por 12 meses que permite a consulta de todas as informações fiscais relevantes sobre o imóvel. Inclui as características do imóvel, localização, valor patrimonial tributário (VPT), dados do proprietário, entre outras

 

3. Ficha técnica do imóvel: comprova que a casa foi inspecionada e está em conformidade com os projetos aprovados pelas autoridades competentes. Documento apenas obrigatório para casas construídas após a entrada em vigor do decreto-lei n.º 38.382, de 7 de agosto de 1951

 

4. Ficha Técnica da Habitação: descreve as características técnicas e funcionais do imóvel para fins habitacionais. Este documento só se aplica a imóveis edificados ou sujeitos a obras de reconstrução e ampliação após 30 de março de 2004

 

5. Certificado energético: avalia a eficiência energética da casa, com uma classificação de A+ (muito eficiente) a F (pouco eficiente) e com validade de dez anos para edifícios habitacionais

 

6. Distrate: documento emitido pelas instituições bancárias que permite cancelar a hipoteca do registo predial do imóvel transacionado e emitido pela instituição de crédito onde tem o financiamento

 

7. Declaração de não dívida ao condomínio: indica o montante total dos encargos relativos à fração, a existência de dívidas, os valores e prazos de pagamento e as datas de constituição e vencimento (quando aplicável). O condomínio tem um prazo máximo de dez dias para emitir a declaração após o pedido. Caso não se consiga esta declaração, o vendedor pode declarar na escritura que não existem dívidas de condomínio e responsabilizar-se pelas mesmas até à data da escritura.

 

 

Passos para formalizar a venda da casa

1. Assinatura do Contrato de Promessa de Compra e Venda (CPCV): já referido acima, é o documento que oficializa a intenção de compra e venda e que estabelece os termos e condições do acordo entre o comprador e o vendedor. Neste documento deve constar essencialmente:

 

  • Identificação das partes (comprador e vendedor)
  • Descrição detalhada do imóvel
  • Preço de venda acordado
  • Sinal (valor do adiantamento)
  • Condições de pagamento
  • Prazo para a celebração da escritura
  • Encargos e responsabilidades
  • Consequências de incumprimento
  • Data e local da assinatura do contrato
  • Assinaturas das partes envolvidas.

 

2. Pagamento do sinal: adiantamento no valor da compra para garantir que ambas as partes se comprometem a finalizar o contrato. Este valor serve também para proteger o comprador e o vendedor, permitindo aplicar penalizações caso o acordo não seja cumprido

 

3. Preparação da escritura: reunir todos os documentos citados acima, necessários para a escritura

 

4. Assinatura da escritura: a formalização é assinada na Conservatória do Registo Predial, num notário ou num balcão Casa Pronta, um serviço do Ministério da Justiça onde é possível realizar de forma imediata todas as formalidades para a compra e venda de uma casa.

 

 

Que gastos vou ter na venda da casa?

Embora a maioria dos encargos recaia sobre o comprador, há também despesas que o vendedor terá de assumir. Estes custos podem variar significativamente, dependendo dos documentos que já tem e da necessidade de pagar impostos sobre as Mais-Valias. Veja um resumo dos principais custos que pode esperar ao vender a sua casa.

 

 

Encargos com documentos

 

  • 2.ª via da licença de utilização e 2.ª via da ficha técnica de habitação: custo mínimo de 35 euros por cada documento, podendo variar conforme o tamanho e outros fatores

 

  • Certificado Energético: custo entre 28 e 65 euros (mais IVA), além dos honorários do perito autorizado pela Agência para a Energia (ADENE)

 

  • Imposto sobre Mais-Valias Imobiliárias: dependendo do valor pelo qual vende a casa em relação ao valor de compra, poderá ter de pagar imposto sobre as mais-valias, cuja fórmula é a seguinte:

 

Fórmula de cálculo das mais-valias

 

Mais-valias = valor da venda - (valor de aquisição x coeficiente de desvalorização da monetária) - (encargos com a realização e aquisição + despesas com a valorização do imóvel)

 

Depois de todos estes passos, parabéns, conseguiu vender a sua casa! Sabemos que este é um processo que requer paciência e atenção aos detalhes, por isso, planeie bem os seus passos e não tenha pressa. Boa sorte!

 

 

Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.

O que achou deste artigo?

Queremos continuar a trazer-lhe conteúdos úteis. Diga-nos o que mais gostou.

Agradecemos a sua opinião!

A sua opinião importa. Ajude-nos a melhorar este artigo do Salto.

Salto Santander

Agradecemos o seu contributo!

campanha crédito habitação santander

Há sonhos que não podem esperar

Conheça as nossas soluções de Crédito Habitação.

Há sonhos que não podem esperar Há sonhos que não podem esperar

Informação de tratamento de dados

O Banco Santander Totta, S.A. é o responsável pelo tratamento dos dados pessoais recolhidos.

O Banco pode ser contactado na Rua da Mesquita, 6, Centro Totta, 1070-238 Lisboa.

O Encarregado de Proteção de Dados do Banco poderá ser contactado na referida morada e através do seguinte endereço de correio eletrónico: privacidade@santander.pt.

Os dados pessoais recolhidos neste fluxo destinam-se a ser tratados para a finalidade envio de comunicações comerciais e/ou informativas pelo Santander.

O fundamento jurídico deste tratamento assenta no consentimento.

Os dados pessoais serão conservados durante 5 anos, ou por prazo mais alargado, se tal for exigido por lei ou regulamento ou se a conservação for necessária para acautelar o exercício de direitos, designadamente em sede de eventuais processos judiciais, sendo posteriormente eliminados.

Assiste, ao titular dos dados pessoais, os direitos previstos no Regulamento Geral de Proteção de Dados, nomeadamente o direito de solicitar ao Banco o acesso aos dados pessoais transmitidos e que lhe digam respeito, à sua retificação e, nos casos em que a lei o permita, o direito de se opor ao tratamento, à limitação do tratamento e ao seu apagamento, direitos estes que podem ser exercidos junto do responsável pelo tratamento para os contactos indicados em cima. O titular dos dados goza ainda do direito de retirar o consentimento prestado, sem que tal comprometa a licitude dos tratamentos efetuados até então.

Ao titular dos dados assiste ainda o direito de apresentar reclamações relacionadas com o incumprimento destas obrigações à Comissão Nacional da Proteção de Dados, por correio postal, para a morada Av. D. Carlos I, 134 - 1.º, 1200-651 Lisboa, ou, por correio eletrónico, para geral@cnpd.pt (mais informações em https://www.cnpd.pt/).

Para mais informação pode consultar a nossa política de privacidade (https://www.santander.pt/politica-privacidade).