bem-estar

O que é a psoríase: sintomas e tratamentos

05 jan 2023 | 4 min de leitura

Sente a pele a escamar, com lesões vermelhas e comichão? Saiba o que é a psoríase, como se manifesta e o que pode fazer para controlar os sintomas.

Psoríase: o que é

A pele é o maior órgão do corpo humano. Mede em média dois metros quadrados e pesa, aproximadamente, quatro quilos. É essencial para a vida humana, pois atua como barreira protetora contra agentes patogénicos do meio ambiente, como bactérias ou vírus. É, ainda, responsável por funções essenciais como:

 

  • Termorregulação
  • Sensoriais (tato, pressão, frio, calor, dor…)
  • Excretora de substâncias que necessitam de ser eliminadas pelo organismo.

 

No entanto, a pele pode ser alvo de inúmeras doenças específicas, que podem ser bastante incómodas, dolorosas e afetar a autoestima. Neste artigo, iremos explicar o que é a psoríase, quais os sintomas e principais características desta doença que atinge entre 2 a 3% da população.

 

 

O que é a psoríase?

É uma doença inflamatória crónica do foro imunológico, que se manifesta principalmente na pele. Segundo a Associação Portuguesa da Psoríase (ASP), estima-se que afeta cerca de 250 mil portugueses e, apesar de poder aparecer em qualquer idade, é mais frequente entre os 20 - 30 anos e os 50 - 60 anos.

 

Para além do desconforto físico que causa, os doentes podem sofrer de distintas comorbilidades. Sendo, por isso, considerada uma doença com impacto que vai além da pele. Está associada a uma grande diminuição da qualidade de vida dos doentes e famílias.

 

 

Sintomas

Como começa a psoríase? Quando procurar ajuda? As lesões espessas, vermelhas e descamativas, podem surgir em distintos lugares do corpo, sendo as zonas mais frequentemente: os cotovelos, joelhos, região lombar, couro cabeludo e unhas. Contudo pode afetar outras áreas.

 

Deve prestar atenção aos seguintes sinais e sintomas:

 

  • Lesões avermelhadas na pele, cobertas com uma camada branca e descamativa
  • Pequenas manchas vermelhas no corpo
  • Pele seca, com facilidade para sangramento
  • Unhas espessas e esfareladas, amareladas, descoladas e com uma espécie de pequenos furos na superfície
  • Placas e descamações no couro cabeludo, cotovelos e joelhos
  • Inchaço nas articulações
  • Articulações doridas.

 

Estes dois últimos sintomas são mais raros, afetando cerca de 10 a 30% dos doentes que desenvolvem Artrite Psoriática.

 

A psoríase é uma doença subvalorizada e subdiagnosticada, pelo que é fundamental que, aos primeiros sinais, se dirija a um dermatologista ou médico de família, para que haja um diagnóstico próprio e um tratamento adequado à condição.

 

 

Tipos de psorísase

Existem diferentes tipos desta doença de pele. Estima-se que aproximadamente 80% dos doentes têm formas ligeiras, como a psoríase em placas, e 20% têm formas moderadas a graves, que afetam mais de 10% da superfície corporal.

 

Psoríase em placas

É a forma mais comum e causa lesões vermelhas, com relevo e cobertas por escamas prateadas. Pode, ainda, causar prurido. Pode afetar qualquer área do corpo, mas incide sobretudo nos cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo.

 

Psoríase ungueal

Afeta os dedos e as unhas das mãos e dos pés. Pode fazer com que a unha cresça de forma anormal, engrosse e escame.

 

Artrite Psoriática

Caracteriza-se pela presença de inflamação de uma ou mais articulações (artrite). Afeta, sobretudo, as articulações dos dedos das mãos e dos pés e a coluna vertebral.

 

Psoríase eritrodérmica

É uma forma generalizada, em que toda a superfície corporal adquire um aspeto vermelho e inflamado. Este tipo de psoríase é grave, devido ao risco associado de desenvolvimento de complicações.

 

Psoríase Gutata ou em Gota

Costuma surgir de forma súbita, através do aparecimento de manchas pequenas e dispersas no tronco como se fossem gotas de chuva. É menos frequente - afeta sobretudo crianças e jovens - e pode desaparecer definitivamente após o primeiro episódio ou evoluir para uma psoríase em placas.

 

Psoríase pustulosa

É caracterizada pela presença de pústulas (bolhas com pus) presentes na superfície da pele. Este tipo de psoríase é doloroso, podendo causar mal estar e febre.

 

Psoríase Inversa

Neste tipo, as lesões cutâneas surgem em zonas pouco comuns, como as axilas, virilhas e região infra mamária.

 

 

A psoríase é contagiosa?

A psoríase é uma doença de pele não contagiosa, que surge devido a uma rápida reprodução e proliferação das células da pele. É, no entanto, crónica e ainda não tem cura.

 

Pode ter uma origem genética. No entanto, “o facto de ser geneticamente determinada não implica que a hereditariedade de pais para filhos seja obrigatória”, pode ler-se no site da ASP. Contudo, “verifica-se uma maior probabilidade de aparecimento da doença em pessoas que tenham familiares portadores da mesma", conclui o mesmo site.

 

 

O que piora a psoríase?

As causas da doença ainda são desconhecidas. Mas sabe-se que pode surgir devido a interações de fatores genéticos, ambientais e autoimunes.

 

Outros fatores que podem desencadear a doença:

 

  • Infeções na garganta e de pele
  • Lesões na pele
  • Stress
  • Variações climáticas
  • Tabaco
  • Alguns tipos de medicamentos, como antidepressivos
  • Consumo excessivo de álcool
  • Alterações do metabolismo.

 

 

Que tratamentos existem

Embora não tenha cura, existem tratamentos que permitem controlar os sintomas. O tratamento para a psoríase deve ser personalizado e as terapêuticas ajustadas consoante as especificidades de cada doente. O tratamentos podem realizado através de:

 

  • Tratamentos tópicos - através da aplicação de loções, cremes ou pomadas sobre a pele
  • Fototerapia - expondo a pele a fontes artificiais de luz ultravioleta (UV)
  • Medicamentos Sistémicos - administrados pela via oral (comprimidos ou xaropes) ou injetados pela via subcutânea
  • Medicamentos Biotecnológicos - imunomoduladores, cujo mecanismo de atuação consiste em inibir a ação de substâncias envolvidas no processo inflamatório.

 

Reforçamos que os tratamentos podem produzir efeitos secundários, pelo que a sua utilização deve ser sempre realizada sob controlo de um dermatologista ou médico de família.

 

 

 

Este artigo foi sujeito a revisão técnica. Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.

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