A deteção precoce de sinais com contorno irregular, cores variadas ou textura áspera é fundamental para tratar atempadamente este tipo de cancro. Saiba quais os sintomas do melanoma.
A pele é o maior órgão do corpo e tem uma função vital: proteger-nos do calor, da luz do sol, de feridas e de infeções. Também ajuda a regular a temperatura corporal, armazena água e gordura, e produz vitamina D.
Apesar de ser uma “armadura” contra os males externos, nem sempre temos o cuidado que deveríamos ter. É importante cuidarmos dela, não só por questões estéticas, mas também porque corremos o risco de desenvolver problemas de saúde que podem ser graves. Saiba o que é o melanoma e os sintomas a que deve estar atento.
O melanoma é um tipo de cancro de pele que tem origem na transformação dos melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento responsável por dar cor à pele.
Manifesta-se através da alteração na cor, textura, tamanho e irregularidade dos bordos de sinais pré-existentes ou no aparecimento de sinais na pele novos, sendo mais comuns em pessoas com história de queimaduras (antecedentes são outras coisas) ou pele clara. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), todos os anos surgem 1 000 novos casos de cancro da pele em Portugal.
Na fase inicial, que pode durar meses ou anos, o melanoma desenvolve-se à superfície (fase de crescimento horizontal), mas posteriormente estende-se em profundidade (fase de crescimento vertical), podendo atingir as camadas mais profundas da pele, com possível invasão ganglionar e metastização sobretudo para o fígado, pulmões e cérebro.
Pode surgir em qualquer parte do corpo, com maior incidência na face, no tronco e nas pernas, no caso das mulheres, ou nas mucosas (boca, olhos, reto). Ao contrário de outros tipos de cancro de pele, mais associados a uma exposição solar crónica, o melanoma está relacionado com uma exposição solar irregular e aguda, caracterizada muitas vezes por queimaduras solares.
Mais do que as causas do melanoma, devemos falar em fatores de risco. Como explica a SPDV, as pessoas com pele clara, cabelo loiro ou ruivo, olhos azuis ou esverdeados têm maior risco de desenvolver melanoma, tal como as que apresentam muitos sinais irregulares e de cor acastanhada disseminados pelo corpo, as que se bronzeiam com dificuldade e as que formam sardas com frequência.
Quem tem antecedentes de queimaduras solares múltiplas, sobretudo na infância, adolescência ou início da idade adulta, ou historial de utilização de solários também apresenta maior probabilidade de ter a doença, pois a pele tem memória solar.
Existem vários subtipos de melanoma, dos quais os mais comuns são:
É fundamental que o melanoma seja detetado o mais precocemente possível. A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo recomenda que se examine a pele, pelo menos, de dois em dois meses, para verificar se existe alguma alteração suspeita. Uma outra forma será fotografar os sinais, principalmente em zonas de difícil acesso, como o dorso, para poder comparar a sua evolução.
Coloque-se diante de um espelho de corpo inteiro, com outro mais pequeno na mão, para analisar as zonas mais difíceis. Contacte imediatamente o seu dermatologista, se encontrar sinais que:
Se se apercebeu recentemente do aparecimento de um sinal escuro na pele até agora inexistente, alerte o seu médico. Se tem uma pele com muitos sinais, deve ser seguido regularmente por um dermatologista para minimizar eventuais riscos de surgimento da doença.
Quando detetado numa fase inicial, “em que ainda é muito fino (tem uma espessura inferior a 0,75 mm), acompanha-se de elevadas taxas de cura”, assegura a SPDV.
A associação dos profissionais de dermatologia e venereologia explica que “as probabilidades de cura ficam bastante reduzidas, quando o tumor é mais espesso (maior que 1,5 mm)”, podendo nesta altura já ter metástases.
O primeiro passo é confirmar o diagnóstico, muitas vezes assente na dermatoscopia (procedimento não invasivo que permite observar as lesões cutâneas) e acompanhada da realização de uma biópsia.
Através deste procedimento, o médico tenta remover a totalidade da proeminência de aspeto suspeito (biópsia excisional) ou uma amostra de tecido, caso seja muito grande. Posteriormente, esta amostra segue para laboratório. Se for positiva, o médico avalia qual o procedimento complementar diagnóstico a seguir e o tratamento adequado, de acordo com vários fatores como a profundidade de penetração do melanoma.
Antes de decidir qual o tratamento a seguir, é necessário saber a extensão da doença. Ou seja, avaliar o estadiamento do melanoma tendo em conta a espessura, extensão ou se as células do melanoma já passaram para os gânglios linfáticos ou outras partes do corpo.
Por exemplo, no estadio 0, as células estão na camada exterior da pele e não há invasão dos tecidos mais internos. No estadio IV, as células de melanoma metastizaram para outros órgãos, para os gânglios linfáticos ou para zonas da pele longe do tumor original.
Por norma, o tratamento é cirúrgico. Este é tanto mais eficaz quanto mais superficial for a lesão. Nos casos em que o tumor está num estágio muito inicial, é possível remover a lesão, numa consulta de dermatologia, com anestesia local.
Quando já existem metástases, os especialistas optam, muitas vezes, por complementar o tratamento com fármacos, de maneira a aumentar assim a possibilidade de cura.
A exposição solar tem efeitos benéficos para a saúde, desde que realizada em segurança e de forma equilibrada. Conheça as recomendações da SPDV para proteger a sua pele:
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
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