Finanças

Como funcionam os juros nos depósitos a prazo?

6 minutos de leitura
Atualizado a 23 Dezembro 2025
senhora sentada no sofá com tablet na mão e cartão bancário

Se procura uma forma simples e segura de fazer crescer as suas poupanças, os depósitos a prazo continuam a ser uma das escolhas mais populares dos portugueses. Mas afinal, como funciona a remuneração? Porque é que num depósito recebe mais juros do que noutros? E o que deve comparar antes de escolher?

 

Antes de colocar as suas poupanças num depósito a prazo, saiba como são calculados os juros, que taxas deve analisar e que fatores podem aumentar (ou reduzir) a rentabilidade do seu dinheiro.

 

 

Quais as vantagens dos depósitos a prazo?

Os depósitos a prazo são considerados um dos produtos de poupança mais seguros, por apresentarem vantagens como:

 

  • Capital garantido
  • São fáceis de compreender e de gerir
  • Estão protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos até 100.000 euros por titular e por instituição
  • Permitem planear a poupança com previsibilidade, sabendo desde o início quanto poderá render.

 

E, com a subida das taxas de juro nos últimos anos, muitos depósitos voltaram a oferecer remunerações mais atrativas.

 

 

Taxas de juro: como funciona a remuneração dos depósitos a prazo?

Se pretende subscrever um depósito a prazo é importante perceber como funciona a remuneração, que pode variar consoante o tipo de produto em causa (mais ou menos complexo). 

 

Como é calculada a remuneração?

O juro que recebe depende de quatro fatores:

 

  1. Capital investido
  2. Taxa de juro aplicada
  3. Prazo da aplicação
  4. Imposto que incide sobre os juros.

 

A estes junta-se ainda uma regra pouco conhecida, mas muito importante.

O mercado monetário em euros utiliza, por norma, a convenção Actual/360, o que significa:

 

  • Conta-se o número exato de dias decorridos
  • Divide-se por 360
  • Aplica-se a taxa correspondente.

 

Isto afeta diretamente o valor final do juro.

 

No caso dos depósitos simples, a taxa de juro é a remuneração paga pelas instituições financeiras aos titulares de contas de depósito, como contrapartida para depositarem o seu dinheiro. O seu valor é conhecido no momento de contratualização do produto. Já a remuneração dos depósitos estruturados apenas é calculada no final do prazo, depois de conhecida a evolução dos instrumentos financeiros ou variáveis económicas ou financeiras a que estão associados.

 

Na generalidade dos casos, os depósitos comercializados pelas instituições financeiras são simples, ou seja, remunerados a taxa fixa ou a taxa variável.

 

 

Tipos de depósitos: simples e estruturados

Depósitos simples

São os mais comuns e podem ter a taxa:

 

  • Fixa: mantém-se igual do início ao fim
  • Variável: acompanha um indexante (ex: Euribor)
  • Mista: começa com taxa fixa e depois passa a variável.

 

A remuneração é apresentada logo na contratação (pelo menos no período fixo).

Depósitos estruturados

A remuneração depende da evolução de indicadores externos, como:

 

  • Ações, índices bolsistas
  • Taxas de câmbio
  • Matérias-primas, etc.

 

Só no final do prazo se sabe quanto renderam. São mais complexos e não são a opção típica para quem procura simplicidade.

 

 

Taxa fixa, variável ou mista: quais as diferenças?

Caso o depósito seja remunerado com a taxa fixa, o valor da taxa de juro é conhecido no momento da contratação e mantém-se inalterado ao longo da vida da aplicação. Já nos depósitos simples com taxa variável, o valor da remuneração do depósito depende de forma direta da evolução de um indexante de mercado monetário, como a Euribor.

 

Se escolher a taxa mista combina estabilidade com flexibilidade, por exemplo, nos primeiros 6 meses a taxa é fixa e nos restantes meses é variável. É ideal para quem quer combinar segurança mas pretende beneficiar de eventuais subidas das taxas.

 

 

Juros simples vs compostos

Outra das características importantes das taxas de juro dos depósitos a prazo é que podem ser simples ou compostas:

 

  • Taxa de juro simples. Aplica-se aos depósitos a prazo sem capitalização de juros, ou seja, cujo montante se mantém constante ao longo do tempo e que os juros são depositados na conta à ordem do aforrador.

 

Fórmula básica:

 

Juro = Capital x Taxa x Tempo

 

  • Taxa de juro composta. Aplica-se aos depósitos a prazo com capitalização de juros, ou seja, cujos juros obtidos em cada período são adicionados ao capital inicial, constituindo novo capital, que também será remunerado.

 

Enquanto o juro simples cresce proporcionalmente com o tempo, o juro composto cresce mais do que proporcionalmente com o tempo. Se pretende explorar melhor este tema, conheça a diferença entre juros simples e compostos e como funciona a capitalização de juros.

 

Exemplos práticos

Exemplo 1 - Juro simples

Aplicação: 2.500 euros, durante 180 dias, TANB 4,3%

 

Juro bruto:

 

 2500 × (180/360) × 0,043 = 53,75 euros

Juro líquido (com retenção de 28%):

 53,75 × 0.72 = 38,70 euros

 

Exemplo 2 - Juro composto

 

Mesmo capital e mesma TANB, mas com capitalização mensal:

 

  • Mês 1: juros adicionados ao capital
  • Mês 2: nova base é maior, logo juros aumentam.

 

E assim sucessivamente. Resultado: recebe mais do que com juros simples, mesmo que a taxa seja igual.

 

 

Como comparar taxas de juro dos depósitos a prazo?

Para escolher o depósito a prazo com melhor remuneração é importante comparar as taxas de juro. Nomeadamente:

 

  • Taxa Anual Nominal Bruta (TANB). Aplica-se aos depósitos com taxa de juro simples. Expressa a remuneração do depósito em termos anuais, sem considerar o imposto que incide sobre os juros
  • Taxa Anual Nominal Líquida (TANL). Equivalente à TANB deduzida do imposto que incide sobre os juros (28%). Para particulares no Continente e Madeira, com taxa de retenção de 28%, a TANL corresponde, em termos aproximados, a TANB × 0,72. Nos Açores, a retenção é de 22,4%, pelo que a taxa líquida é ligeiramente superior
  • Taxa Anual Efetiva (TAE). Aplica-se aos depósitos com taxa de juro composta. É a remuneração anual do depósito já considerando o efeito da capitalização de juros, sem incluir o imposto
  • Taxa Anual Efetiva Líquida (TAEL). Equivale à TAE deduzida do imposto que incide sobre os juros.

 

 

Como se calculam as taxas de juro dos depósitos a prazo?

As variáveis a ter em conta são o capital, a taxa de juro e o prazo do depósito.

 

Taxa de juro simples

A fórmula a seguir é seguinte:

 

Juro simples = montante investido x taxa de juro x período de tempo

 

Por exemplo, se investir 2.000 euros num depósito com o prazo de um ano, TANB de 3% e que pague juros trimestralmente, o cálculo que terá de fazer é o seguinte:

 

2.000 € x 0,03 x (90/360)= 15 euros

 

Tal significa que, a cada três meses, receberia na conta à ordem 15 euros e, no final do ano, o depósito renderia 60 euros em juros. No entanto, este é o valor bruto, sem contabilizar o imposto que incide sobre os juros. Assim, o próximo passo é retirar o imposto devido (28%):

 

15€ x 72% = 10,8 euros

 

Ou seja, o valor que efetivamente recebe a cada três meses é 10,8 euros. No final do ano, o depósito rende 43,2 euros.

 

Taxa de juro composta

Se o depósito tiver juros compostos, significa que os juros que recebe em cada período são somados ao capital inicial. Obtêm-se, assim, juros sobre juros e a sua poupança aumenta sem esforço.

 

Por exemplo, se investir os mesmos 2.000 euros num produto com condições idênticas ao exemplo anterior, mas com capitalização, os juros a receber são superiores. Senão veja:

 

Período Valor investido Juro bruto Juros líquido (28%) Valor investido após capitalização
1.º trimestre 2.000€ 15€ 10,80€ 2.010,80€
2.º trimestre 2.010,80€ 15,08€ 10,86€ 2.021,66€
3.º trimestre 2.021,66€ 15,16€ 10,92€ 2.032,58€
4.º trimestre 2.032,58€ 15,24€ 10,98€ 2.043,56€
Total - 60,48€ 43,56€ -

 

 

Taxa nominal vs. taxa real (e a importância da inflação)

É possível ganhar juros… e mesmo assim perder poder de compra.

 

Exemplo:

 

  • TANL: 2%
  • Inflação: 3%.

 

Taxa real = TANL – inflação = -1%

O dinheiro rendeu, mas compra menos coisas. Este é um ponto essencial para avaliar a rentabilidade.

 

 

Como comparar depósitos a prazo?

Existem depósitos com objetivos diversos. Para comparar e escolher o produto mais adequado à sua situação, deve olhar com atenção para a FIN (ficha de informação normalizada). Além da taxa de juro, existem outros aspetos essenciais que deve considerar:

 

  • Montante. É importante saber se existe um montante mínimo ou máximo de constituição do depósito
  • Prazo. Verifique as datas de início e de vencimento do capital aplicado
  • Mobilização. Existem “depósitos não mobilizáveis antecipadamente” que não permitem que movimente os fundos antes do final do prazo. Outros permitem-no, normalmente mediante penalização nos juros corridos. Confirme se pode movimentar os fundos antes do vencimento do depósito e em que condições
  • Renovação. Confirme se o depósito é renovado no final e, se sim, se esta é uma opção vantajosa para si. Por exemplo, nesse momento podem existir outros depósitos a prazo com taxas de juro superiores
  • Entregas adicionais. Se pretende fazer a sua poupança crescer, é importante escolher um depósito que permita reforços. Caso permita, veja em que datas e qual a remuneração aplicada aos reforços
  • Moeda. Caso não seja o euro, os montantes depositados estão apenas garantidos na moeda estrangeira. Uma depreciação da moeda estrangeira entre a constituição e o vencimento do depósito pode originar perdas. É relevante perceber que, quando se converte de volta para euros, pode perder poder de compra se a moeda se desvalorizar.

 

O Banco de Portugal reforçou o formato da FIN para facilitar a comparação entre depósitos através de informações mais claras sobre mobilização, penalizações e taxas aplicáveis.

 

Quer começar a poupar? Conheça os depósitos a prazo do Santander, adequados a diferentes fases da sua vida.

 

 

 

Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.

Poupar para ganhar

Faça da poupança o seu melhor aliado: pequenos gestos, grandes conquistas.

Informação de tratamento de dados

O Banco Santander Totta, S.A. é o responsável pelo tratamento dos dados pessoais recolhidos.

O Banco pode ser contactado na Rua da Mesquita, 6, Centro Totta, 1070-238 Lisboa.

O Encarregado de Proteção de Dados do Banco poderá ser contactado na referida morada e através do seguinte endereço de correio eletrónico: privacidade@santander.pt.

Os dados pessoais recolhidos neste fluxo destinam-se a ser tratados para a finalidade envio de comunicações comerciais e/ou informativas pelo Santander.

O fundamento jurídico deste tratamento assenta no consentimento.

Os dados pessoais serão conservados durante 5 anos, ou por prazo mais alargado, se tal for exigido por lei ou regulamento ou se a conservação for necessária para acautelar o exercício de direitos, designadamente em sede de eventuais processos judiciais, sendo posteriormente eliminados.

Assiste, ao titular dos dados pessoais, os direitos previstos no Regulamento Geral de Proteção de Dados, nomeadamente o direito de solicitar ao Banco o acesso aos dados pessoais transmitidos e que lhe digam respeito, à sua retificação e, nos casos em que a lei o permita, o direito de se opor ao tratamento, à limitação do tratamento e ao seu apagamento, direitos estes que podem ser exercidos junto do responsável pelo tratamento para os contactos indicados em cima. O titular dos dados goza ainda do direito de retirar o consentimento prestado, sem que tal comprometa a licitude dos tratamentos efetuados até então.

Ao titular dos dados assiste ainda o direito de apresentar reclamações relacionadas com o incumprimento destas obrigações à Comissão Nacional da Proteção de Dados, por correio postal, para a morada Av. D. Carlos I, 134 - 1.º, 1200-651 Lisboa, ou, por correio eletrónico, para geral@cnpd.pt (mais informações em https://www.cnpd.pt/).

Para mais informação pode consultar a nossa política de privacidade (https://www.santander.pt/politica-privacidade).