Conheça o FOMO: o medo constante de estar a “perder algo” ou “ficar de fora”

Já sentiu aquela inquietação ao ver uma publicação nas redes sociais de uma festa incrível para a qual não foi convidado? Ou a ansiedade de não estar a par das últimas novidades? Isso tem um nome: FOMO, ou "Fear of Missing Out" – o medo de ficar de fora. Neste artigo, exploramos o que é, revelamos os sintomas mais comuns e mostramos como lidar com este fenómeno que afeta tantas pessoas.

FOMO: o que é?

Fear of Missing Out é uma forma de ansiedade social caracterizada pelo medo de perder eventos, experiências ou informações importantes. Surge da perceção de que os outros estão a aproveitar mais a vida enquanto nós estamos a ficar para trás. Este fenómeno intensificou-se com a ascensão das redes sociais, nas quais vemos uma versão idealizada da vida dos outros - e que tende a parecer sempre melhor que a nossa.

Principais sintomas do FOMO

Reconhecer os sinais de FOMO é o primeiro passo para o enfrentar. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:

• Uso incessante das redes sociais. Estar constantemente a verificar se existem novas notificações e atualizações
• Dificuldade em viver o momento e estar mais preocupado em registar uma experiência para as redes sociais do que em desfrutá-la
• Aceitar todos os convites. Medo de dizer "não" a eventos para evitar sentir-se excluído
• Sentimentos de insatisfação e frustração quando se está offline, normalmente manifestados por mau humor ou ansiedade
• Comparação constante. Achar que a vida dos outros é sempre mais interessante.

Causas do FOMO

Depois de abordarmos os sintomas, é importante perceber o que está na raiz deste fenómeno. Quais são os fatores que despertam esta necessidade constante de estar a par de tudo e como influenciam a nossa forma de viver? Conheça os principais.

Isolamento Social

Quando as pessoas se sentem isoladas, tornam-se mais suscetíveis ao FOMO. A solidão faz com que se concentrem nas vidas dos outros, acreditando que todos estão a viver experiências mais emocionantes. Este ciclo pode aumentar a sensação de exclusão e a dependência das redes sociais com o propósito de se conectarem.

Redes sociais

As redes sociais são um dos maiores catalisadores do FOMO. Elas apresentam uma versão idealizada da vida das pessoas, com destaques cuidadosamente selecionados. A exposição constante a essas imagens cria uma perceção distorcida de que se está a perder momentos importantes aliada a uma frustração por não conseguir igualar tal realidade.

Pressão social

A necessidade de aceitação e pertença é um impulso humano básico. A pressão para estar presente em eventos sociais, seguir tendências ou participar em atividades populares pode levar ao medo de ser excluído ou esquecido pelos outros.

Insegurança pessoal

A baixa autoestima e a insegurança pessoal alimentam o FOMO, pois as pessoas procuram validação externa para se sentirem valorizadas. Gostos, comentários e interações online tornam-se indicadores de aprovação e reforçam a necessidade constante de exposição.

Influência dos media

Os media, incluindo publicidade e entretenimento, promovem uma cultura de consumo e sucesso. Anúncios criam urgência e escassez, enquanto filmes e séries retratam vidas emocionantes e cheias de aventuras, fazendo com que o público sinta que a sua realidade é menos interessante.