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Educação financeira para crianças e jovens

27 ago 2024 | 10 min de leitura

Descobre o que é a educação financeira para crianças, e toma nota de como podes aprender a poupar e a gerir bem o teu dinheiro em cada idade. Podes também ajudar os mais novos.

Educação financeira para crianças

Os irmãos João e Joana têm um objeto de desejo em comum: ambos querem muito ter um hoverboard. Os pais começaram por explicar-lhes que esta prancha é cara e que a sua compra não é prioritária, ao contrário de necessidades como alimentação, roupa ou despesas escolares. Por isso, é preciso poupar dinheiro para a comprar.

 

Uma noite, o pai exemplificou o valor que tinham de amealhar: “O que gastei hoje na conta do supermercado teria dado para comprar o hoverboard”. Joana, de cinco anos, não compreendeu e chorou, porque se o pai gastara o dinheiro, já não haveria suficiente para comprar a prancha. João, de sete anos, pensou uns momentos e disse: “Podem usar o dinheiro que tenho poupado para ajudar na compra”.

 

Por ser um pouco mais velho, o João já reconhece a importância do dinheiro. A Joana ainda tem dúvidas sobre se as moedas prateadas e douradas de um e dois euros são ou não mais valiosas do que os coloridos retângulos de papel de cinco, 10 ou 20 euros (as notas).

 

 

A importância da educação financeira para a tomada de decisões

A literacia financeira é a capacidade de ler, analisar, gerir e compreender conceitos relacionados com o dinheiro. Graças a ela, conseguimos tomar decisões mais informadas.

 

Quanto mais cedo as crianças aprenderem e dominarem estes temas, maiores as probabilidades de se tornarem adultos que fazem escolhas informadas sobre as suas finanças, nomeadamente sobre a importância de poupar dinheiro, comparar custos antes de uma grande compra, ou planear a reforma.

 

É, por isso, essencial que tu e as restantes crianças da tua família ou amigos comecem a aprender sobre estes conceitos desde tenra idade.

 

 

O que podes aprender, aprofundar e ensinar nas várias idades

O tema "finanças" faz parte do dia a dia do João e da Joana desde sempre: observam e acompanham os pais nas compras, ouvem conversas sobre a gestão do orçamento, e participam nas escolhas que fazem. Desta forma prática, aprendem algumas ferramentas que serão bastante úteis na sua vida adulta.

 

Assim como o João e a Joana, também tu lidas de perto com este tema todos os dias. Descobre em que conceitos te podes focar e algumas regras de ouro para uma boa gestão financeira:

 

  • Preparar um orçamento da mesada. Se passaste a receber uma “mesada” em vez de “semanada” vais precisar de gerir melhor o teu dinheiro. Pede aos adultos da tua casa para te mostrarem o orçamento familiar e explicarem como fazem para dividir as despesas. Com base no seu exemplo, começa a fazer também o teu orçamento mensal. Podes registar os valores e os cálculos num caderno, ou num documento Excel, por exemplo. Identifica onde precisas de gastar o teu dinheiro, avalia os gastos do mês, e tenta ver se consegues equilibrar melhor no mês seguinte Este exercício vai continuar a ser útil ao longo de toda a vida.

 

  • Não gastar mais do que se ganha. É altura de relembrar que se tu ou os teus amigos quiserem muito comprar aquela camisola de marca, podem depois não ter dinheiro o suficiente para os lanches na escola ou outras despesas essenciais

 

  • Poupar, pelo menos, 10% da mesada. Este é um hábito que se começa a adquirir nesta fase e que fica para a vida

 

  • Lidar com imprevistos. Podes ser desafiado a pensar em cenários inesperados que podem afetar a sua mesada. É altura de aprenderem sobre o fundo de emergência

 

  • Abordar outros conceitos financeiros, como os produtos de poupança, taxas de juro e como a inflação pode afetar as poupanças. O sistema financeiro não deve ser um bicho-papão. Pede a um adulto que te mostre o seu extrato bancário e que te explique como divide o dinheiro que recebe todos os meses

 

  • Pensar na importância dos investimentos. Sabes o que são depósitos a prazo, ações, obrigações, fundos de investimento, de pensões e seguros? É uma boa altura para pedir explicações aos adultos sobre a bolsa de valores ou as funções do Banco Central Europeu

 

  • Se já tiveres mais de 18 anos, procura um trabalho de férias, para que consigas ter dinheiro para despesas mais caras, como os ténis de que gostas, o último smartphone, ou a consola que sempre quiseste ter

 

  • Prepara o teu futuro. Em breve terás uma decisão importante a tomar: continuar os estudos e/ou começar a trabalhar. Em qualquer dos cenários, é importante preparares-te para os desafios que estão à espreita (principalmente se quiseres ir estudar para fora do país).

 

 

Onde aprender mais sobre o valor do dinheiro?

Em Lisboa:

No Museu do Dinheiro. Localizado no coração da cidade, na antiga Igreja de São Julião, este é um museu interativo, onde crianças, jovens e adultos podem aprender sobre a história do dinheiro e as suas diferentes utilizações – e até criar uma nota com a cara das crianças. A visita é grátis.

 

No Porto:

No Museu do Papel Moeda da Fundação Cupertino de Miranda, na Avenida da Boavista. A exposição narra a história do dinheiro em papel e contém uma das maiores coleções de papel-moeda de toda a Europa.

 

 

Jogos que contribuem para a educação financeira de toda a família

 

  • Monopólio. Um clássico da Hasbro sobre o mercado imobiliário, criado em 1904, em que é possível comprar terrenos e construir casas e hotéis. Aprendem-se conceitos como propriedade privada, arrendamento, falência. As versões infantis podem ser jogadas a partir dos 5 anos.

 

  • Paga e cala. Um jogo antigo, recuperado pela Majora, e que pode ser jogado a partir dos 10 anos. Na caixa lê-se que “o mês é curto para tanta diversão”. Há desafios para ultrapassar (despesas fixas e outras inesperadas, compras para fazer), tentando chegar ao fim dos 30 dias ainda com algum salário de parte.

 

  • As minhas compras. Para ensinar crianças a partir dos seis anos a irem às compras. É considerado vencedor quem sair do supermercado com artigos do talho, peixaria, fruta ou padaria e, ainda assim, gastando o menos dinheiro possível. Ou seja, premeia a pessoa que conseguir poupar mais.

 

  • O jogo da vida. O conceito é antigo – fazer as melhores escolhas na vida (desde ir para a universidade, a contratar seguros), – mas o tabuleiro foi atualizado para corresponder às necessidades da sociedade atual. Idade recomendada: 8 ou mais anos.

 

 

Livros de educação financeira para crianças e jovens

 

  • Maria e o segredo da poupança, da autoria de David Cruz e Silva, Isabel Abreu Lima, Duarte Gouveia, Ricardo Figueiredo e Pedro Rocha e Mello. Conta a história de uma menina de 10 anos e de como um evento inesperado na sua família despertou a necessidade de aprender a poupar para alcançar os seus objetivos. Este livro tem o apoio da Fundação Santander.

 

  • Guia para curiosos sobre o dinheiro, da editora Fábula. Heidi Fiedler escreveu um “guia informativo, fascinante e divertido sobre o mundo das finanças”, com ferramentas para desenvolver bons hábitos de gestão financeira.

 

  • Fazer Crescer o Teu Mealheiro!, de Elisabete Lourenço e editado pela Partenon. Livro em forma de diário-conselheiro destinado a crianças entre os 6 e os 10 anos.

 

  • O meu livro de finanças, de João César das Neves. Obra que integra o Plano Nacional de Leitura e que explica conceitos de finanças.

 

  • Pai: Ensinas-me a Poupar?, de Paulo Jorge Silveira Ferreira e Silvia Alambert, da Rei Livros. Utiliza diálogos entre pai e filha para introduzir conceitos como a banca, a poupança ou os seguros.

 

  • Doutor Finanças e a bata mágica, de Doutor Finanças, um livro que tem como propósito ensinar as crianças a poupar através do método “Gastar, Guardar, Ajudar”.

 

 

…e para jovens mais crescidos e adultos

 

  • Pai rico, Pai Pobre, de Robert T. Kiyosaki, editado em Portugal pela Vogais. Exemplifica como personalidades bem sucedidas financeiramente ensinaram os seus filhos a gerir o dinheiro.

 

  • Como sair do sufoco financeiro, de Carina Meireles, publicado pela Manuscrito Editora. Explica como é possível cortar nas despesas, fazer um fundo de emergência, poupar para o futuro e investir, mesmo tendo múltiplas despesas e um salário ou mesada reduzidos.

 

  • Escola de finanças pessoais, de Andreia Melo e Tânia Matos, editado pela Contraponto Editores. Um manual para compreender os conceitos essenciais das finanças pessoais saudáveis.

 

  • Ponha o seu dinheiro a trabalhar por si, de Bárbara Barroso, publicado pela Planeta. Explica a importância de investir o dinheiro e as estratégias para alcançar a independência financeira.

 

  • Ganhar dinheiro, de Pedro Andersson. Será que é possível criar riqueza com um salário normal? Neste livro, o autor explica os cinco passos para esticar os rendimentos e alcançar a riqueza.

 

 

 

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