bem-estar

Vitamina D: será necessário tomar suplementos?

23 mar 2023 | 4 min de leitura

A vitamina D é essencial para regular o cálcio e o fósforo no organismo. Saiba quais as melhores fontes deste nutriente e se é recomendada a toma de suplementos de vitamina D.

alimentos que contêm vitamina D


Em Portugal, 66% dos adultos apresentam insuficiência ou deficiência de vitamina D, segundo um estudo publicado no Archives of Osteoporosis. Entenda melhor a importância desta vitamina no organismo, onde pode obtê-la, as consequências da sua insuficiência e se a suplementação é realmente necessária.

 

 

O que é a vitamina D?

A vitamina D é um nutriente que ingerimos e uma hormona lipossolúvel que nosso corpo produz. É bastante conhecida pela sua capacidade de ajudar o corpo a absorver e reter cálcio e fósforo. Existem duas formas de vitamina D:

 

  • A vitamina D3 (colecalciferol), que é sintetizada na pele durante a exposição solar ou existe em alguns alimentos, como ovos e peixes gordos

 

  • A vitamina D2 (ergocalciferol), que é produzida por irradiação ultravioleta de leveduras e cogumelos expostos ao sol, podendo depois ser ingerida em suplementos dietéticos (suplemento de vitamina C) ou administrada intencionalmente como medicamento.

 

 

Qual é a sua importância?

A vitamina D promove a absorção de cálcio no intestino e mantém as concentrações séricas adequadas de cálcio e fósforo para permitir a mineralização óssea normal e prevenir a hipocalcemia. Também é essencial para o crescimento e remodelação óssea, prevenindo a sua degradação.

 

Sem vitamina D suficiente, os ossos podem tornar-se finos, quebradiços ou deformados. A suficiência de vitamina D previne o raquitismo em crianças e a osteomalacia em adultos. Juntamente com o cálcio, a vitamina D também ajuda a proteger os idosos da osteoporose.

 

 

Deficiência de vitamina D: causas

A principal fonte de vitamina D é a exposição solar. Como há poucos alimentos naturalmente ricos ou fortificados em vitamina D, a principal causa de deficiência de vitamina D é a inadequada exposição solar. Por exemplo, a utilização de um protetor solar com fator de 30 reduz a síntese de vitamina D na pele em mais de 95%. As pessoas com um tom de pele mais escuro têm uma proteção natural contra o sol e necessitam de uma exposição três a cinco vezes mais longa para produzir a mesma quantidade de vitamina D que uma pessoa com pele clara.

 

Outras causas conhecidas de deficiência de vitamina D são:

 

  • Obesidade
  • Idade avançada
  • Gravidez e amamentação
  • Síndromes de má absorção intestinal que levam a deficiente absorção da vitamina D (ex.: fibrose quística, doença inflamatória intestinal)
  • Pessoas submetidas a cirurgia bariátrica (ex.: bypass gástrico)
  • Pessoas com síndrome nefrótico (devida a perda de vitamina D ligada às proteínas pela urina)
  • Pessoas com alguns tipos de linfomas
  • Pessoas com doenças granulomatosas (ex.: sarcoidose, tuberculose)
  • Pessoas com hiperparatiroidismo primário (produção descontrolada de paratormona).

 

 

Quais os sintomas da falta de vitamina D

A deficiência de vitamina D pode causar:

 

  • Dores musculares
  • Fraqueza
  • Dor óssea.

 

A deficiência grave de vitamina D, com consequente diminuição dos níveis de cálcio ou de fósforo sangue, pode causar raquitismo nas crianças e osteomalácea nos adultos. No entanto, esta situação é atualmente rara nos países desenvolvidos. Deficiências menos graves de vitamina D estão associadas a osteoporose, aumento do risco de quedas e, possivelmente, de fraturas ósseas.

 

 

Como prevenir a insuficiência de vitamina D?

Segundo recomendação da Direção-Geral da Saúde (DGS), a deficiência e insuficiência de vitamina D deve ser prevenida recorrendo a medidas não farmacológicas, como:

 

  • Ingestão de ovos e peixes gordos (por exemplo, sardinha e salmão)
  • Exposição solar moderada, tendo em consideração as medidas de prevenção das neoplasias da pele.

 

Assim, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, deve ser promovida a exposição solar frequente, durante cerca de 15 a 30 minutos diários, de modo a estimular a produção de vitamina D.

 

 

Quando se deve tomar suplementos de vitamina D

Para avaliação da necessidade ou não de suplementação com vitamina D, deve consultar o seu médico assistente. No entanto, a DGS recomenda o doseamento da vitamina D a:

 

  • Pessoas com idade superior a 65 anos a viver em unidades de internamento de cuidados continuados de longa duração e manutenção, com exposição solar limitada

 

  • Pessoas com fatores de risco documentados para deficiência e insuficiência de vitamina D, tais como: exposição solar muito limitada, síndromas de má absorção intestinal, pessoas com insuficiência renal crónica

 

  • Pessoas com história conhecida de alterações metabólicas congénitas ou adquiridas do metabolismo do cálcio e vitamina D

 

  • Pessoas com história prévia, conhecida, de deficiência de vitamina D

 

  • Pessoas com condições de saúde ou exames sugestivos de deficiência de vitamina D, como, por exemplo, baixa excreção urinária de cálcio em urina 24h, níveis elevados de PTH ou fosfatase alcalina óssea, hipocalcemia e/ou hipofosfatemia, osteoporose ou fraturas não traumáticas.

 

 

 

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