A taxa de inflação diminuiu ao longo dos últimos anos, mas significa isso que estamos a ganhar poder de compra?
Com alguma probabilidade já estará consciente das notícias em torno da inflação, que tiveram grande impacto ao longo dos últimos anos. Poderá também ter algumas dúvidas sobre o impacto que a inflação tem na sua carteira e como pode evitar perder dinheiro. Neste artigo explicamos as estratégias a seguir.
Como deve ter sentido no seu dia a dia, ao longo do ano, os produtos e serviços que costumava consumir sofreram aumentos de valor. Isto deve-se à inflação, ou seja, uma subida geral dos preços. Na prática, esta subida de preços implica que as famílias perdem poder de compra, na medida em que os 100 euros que têm no bolso não compram hoje o mesmo que compravam há uns meses. Tudo está mais caro. Logo, temos de garantir que o retorno que temos na nossa carteira de investimento é superior à taxa de inflação.
Perder poder de compra é o mesmo que dizer que ficamos mais pobres. Ou seja, a inflação acaba por ser uma “mão invisível” que tira poder de compra, pelo menos para aqueles que estão menos atentos.
O impacto da inflação na poupança é o mesmo que falámos acima. Se temos 1.000 euros poupados para consumir no futuro, sabemos que iremos comprar menos do que estávamos à espera. Logo, temos de garantir que o retorno que temos na nossa carteira de investimento é superior à taxa de inflação. Este é o único fator que contraria o efeito corrosivo da inflação. Mas como fazer?
Após um longo período de taxas de juro elevadas e com base nos novos números demonstrados por diversos países, é possível observar uma melhoria no controlo da inflação. Nos EUA, a inflação em maio registou o aumento mensal mais baixo desde 2020, obtendo uma taxa anual de 3%. Já na Zona Euro, ocorre uma situação semelhante com a inflação anual a registar uma taxa de 2,5%, caminhando para as metas estabelecidas pelo BCE.
Porém, mesmo com as previsões de desinflação, continua a ser necessário protegermo-nos contra ela. De modo a que a nossa poupança não perca valor, é necessária uma rentabilidade superior à taxa de inflação, como explicado anteriormente. Para atingir tais rentabilidades, num cenário onde os setores mais sensíveis às alterações das taxas de juro ganham algum dinamismo e o risco de recessão decresce, o investidor deverá diversificar o seu portfolio.
Ao analisar uma aplicação financeira tenderá a olhar com alguma atenção para as taxas de retorno garantidas ou para as taxas de retorno que as aplicações tiveram nos últimos anos. Neste contexto, tenha em atenção que as taxas comunicadas são taxas que não têm em consideração o efeito da inflação. Se a taxa de inflação se situar na casa dos 3%, por exemplo, significa que qualquer aplicação com taxa de retorno abaixo de 3% implica que perderá poder de compra.
Em artigos anteriores já abordámos a gestão de risco, mostrando as potencialidades de investir nos mercados financeiros e em ativos com algum risco. Na prática, quem procura retorno visível nos seus investimentos deverá diversificar os seus investimentos, sendo para tal potencialmente vantajoso investir através de instrumentos de investimento coletivo, como os fundos de investimento, os seguros financeiros ou os produtos de reforma.
Uma outra sugestão passa por definir um programa de entregas programadas diversificado orientado em particular para os produtos de reforma, selecionando o mais adequado ao seu perfil de risco.
Respondendo à pergunta, o risco não tem por que ser mau, pois pode ser sinónimo de mais retorno.
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