Os seus filhos estão no Instagram, TikTok, Twitter ou Youtube? Conheça os principais perigos das redes sociais para crianças e jovens e como protegê-los.
A infância e a adolescência são fases de crescimento e desenvolvimento, mas que escondem muitos perigos. Nesta altura da vida as crianças e jovens são bastante vulneráveis e a internet, particularmente as redes sociais, são o palco perfeito para que pessoas mal-intencionadas possam aproveitar-se da sua ingenuidade. Conheça os principais perigos e cuidados a ter nas redes sociais.
As redes sociais não têm só perigos e desvantagens. Permitem que os mais novos (principalmente os adolescentes) criem uma identidade online, comuniquem com outras pessoas e construam as suas redes de apoio. Estas redes podem fornecer uma ajuda valiosa, especialmente entre aqueles que sofrem de exclusão.
São ainda uma fonte de entretenimento, diversão e permite-lhes aprender sobre inúmeros temas, que, de outra forma, seria mais complicado.
O cyberbullying envolve o uso de tecnologias de comunicação, como as redes sociais, para intimidar ou assediar outras pessoas. Pode ter várias formas, desde a partilha de mensagens privadas ou imagens comprometedoras com terceiros, com intenção de prejudicar e humilhar o alvo ou a criação de grupos de whatsapp excluindo determinado aluno, para espalhar boatos sobre o mesmo.
O happy slapping é uma forma de cyberbullying, bastante comum entre os mais novos. Acontece quando um episódio de agressão ou de humilhação entre jovens é gravado e posteriormente colocado online e partilhado por uma larga audiência. Pode causar danos emocionais severos nas vítimas.
Pode ser definido como um processo de manipulação, geralmente aplicado em cenários em que as vítimas são crianças ou jovens menores. Esta prática inicia-se, por norma, através de uma abordagem não-sexual, com o objetivo de ganhar a confiança da vítima, de maneira a incentivá-la a produzir e partilhar conteúdos íntimos ou agendar um encontro presencial.
Pode ser uma consequência do grooming, através da qual o abusador faz chantagem com crianças ou adolescentes, ameaçando propagar imagens ou vídeos comprometedores, com o objetivo de abusar fisicamente da mesma.
Outro dos grandes perigos das redes sociais é que ao aceder livremente a estas plataformas as, crianças e adolescentes podem ser, intencionalmente ou acidentalmente, expostos a conteúdos violentos, de natureza sexual ou de ódio, que são prejudiciais para o seu desenvolvimento.
Além de ser um atentado à segurança física e emocional dos mais novos, as redes sociais também podem colocar em causa as finanças dos pais, caso as apps ou dispositivos estejam associados ao cartão de crédito dos progenitores.
São cada vez mais os relatos de crianças e adolescentes que - de forma consciente ou inconsciente - gastam dezenas, centenas ou milhares de euros das contas dos pais para subscreverem serviços online, comprarem jogos novos, fazerem “upgrades” aos antigos ou oferecerem donativos aos seus “gamers” (jogadores de videojogos famosos) preferidos em “live streams” (evento online público transmitido em direto) de redes sociais como a Twitch.
Em alguns destes casos pode conseguir reaver o valor que foi gasto se provar que a despesa foi feita por um menor, sem o conhecimento parental. No entanto, nem sempre será assim - uma vez que muitas destas redes socais e aplicações são concebidas para maiores de 18 anos e têm avisos legais que os isentam de responsabilidades.
Como medida de prevenção, evite ter cartões de crédito associados às contas das consolas de jogos, dispositivos móveis, redes sociais ou apps de jogos. Em alternativa, prefira os cartões pré-pagos. Caso se trate de um adolescente, pode optar por dar-lhe a mesada num cartão pré-pago e deixar que seja o próprio a geri-lo.
Segundo o estudo “The Use of Social Media in Children and Adolescents: Scoping Review on the Potential Risks” (a utilização de redes sociais em crianças e adolescentes: avaliação dos riscos potenciais) publicado no PubMEd - um site de cariz científico -, a utilização excessiva de redes sociais comporta alguns riscos relacionados com a saúde, nomeadamente:
Se não é possível proteger a 100%, pode incentivar a utilização responsável das redes sociais e limitar alguns efeitos negativos. Considere estas dicas:
1. Converse com as crianças, explicando-lhes quais os principais perigos das redes sociais e os cuidados a ter. Por exemplo: nunca aceitem conversar com desconhecidos, por mais simpáticos que pareçam.
2. Estabeleça limites para evitar que as redes sociais interfiram na sua rotina, sono, refeições ou trabalhos de casa. Mantenha os dispositivos fora dos quartos das crianças e dos adolescentes.
3. Monitorize as redes do seu filho (incluindo jogos que tenham salas de chat) e avise-o que o fará regularmente (uma vez por semana ou mais).
4. Fale sobre cyberbullying e encoraje as crianças e adolescentes a rejeitarem grupos de whatsapp com o propósito de excluir, humilhar, intimidar ou prejudicar a reputação de um colega.
5. Encoraje-o a falar sobre os seus hábitos de redes sociais e como o fazem sentir. Lembre-se que as redes sociais estão repletas de imagens irrealistas e que o seu influencer preferido não tem uma vida tão glamourosa quanto parece.
6. Converse frequentemente com os mais novos sobre dinheiro e o impacto que o gasto excessivo tem no orçamento familiar.
7. Adote sistemas de controlo parental, restringindo a instalação ou uso de determinadas apps ou aplicando filtros em redes sociais, como o Youtube, para bloquear conteúdos impróprios para a idade.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
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