Gostavas de ter uma experiência no estrangeiro? Descobre o que é o Erasmus+, como te candidatares e se podes receber uma bolsa de mobilidade.
Criado em 1987, o Erasmus é o programa que mais tem impulsionado a mobilidade de estudantes do ensino superior na União Europeia (UE). Começou com parcerias entre 11 países, mas com o tempo ganhou outra dimensão. Em 2014, passou a chamar-se Erasmus+ e a abranger novos formatos de intercâmbio. Hoje, a mobilidade é possível em 34 países, além de Portugal, e também para países fora da UE, como a Noruega ou a Turquia. Sabe como podes usufruir das vantagens de um programa que é um símbolo da identidade e coesão europeias.
Trata-se de um programa de mobilidade da União Europeia destinado a cidadãos – na maior parte dos casos jovens universitários – que queiram ter uma experiência no estrangeiro. Tem como objetivo principal a promoção da aprendizagem e o desenvolvimento pessoal e profissional.
Através deste programa é possível integrar diferentes programas de intercâmbio, que incluem:
A experiência pode ter a duração de entre 2 a 12 meses (3 a 12 meses no caso dos estudantes).
Ao contrário do que se pensa, este programa não se destina apenas a jovens estudantes universitários. Na prática, todos os cidadãos dos 34 países aderentes podem participar, desde que se candidatem através de uma instituição parceira. Destina-se a:
As oportunidades para estudar no estrangeiro existem para licenciados, mestrandos e candidatos ao doutoramento.
O Projeto de mobilidade para estudantes e pessoal do ensino superior é uma das ações do programa Erasmus+ (e a mais requisitada). Através desta ação de mobilidade, os estudantes do ensino superior podem:
Além da experiência, o programa incorpora outras vantagens:
Existem 34 países aptos a acolher estudantes no âmbito deste programa, o que significa que o leque de escolha é vasto. Além dos 28 Estados-membros da União Europeia, a República da Macedónia do Norte, a Islândia, o Listenstaine, a Noruega, a Sérvia e a Turquia também são destinos possíveis.
No entanto, a seleção do país de acolhimento depende das parcerias estabelecidas entre as organizações. A melhor forma de saber quais as instituições que podes escolher, em concreto, é consultar os serviços centrais da universidade (ou outra organização) de origem.
As candidaturas são feitas através dos serviços centrais das instituições de ensino. Assim, para te candidatares a um projeto de mobilidade:
Só depois da assinatura do contrato de estudos (ou outro tipo de acordo de mobilidade) pelo candidato e pelo representante legal da organização se pode dar início ao projeto de mobilidade.
Quanto custa fazer Erasmus? Esta é uma pergunta que pode ocupar grande parte da atenção de quem pretende candidatar-se a este programa europeu. Pensa nas viagens que terás de fazer, alojamento, deslocações de casa para a universidade, alimentação e outras despesas mensais. É um valor bastante elevado.
Assim, uma das condições que torna esta experiência possível é a atribuição de bolsas de mobilidade. No entanto, estas não cobrem na totalidade as despesas de subsistência e a sua atribuição não é garantida. O valor do apoio concedido varia de acordo com as diferenças de nível de vida entre os países de origem e de destino, o número de candidatos e a sua ocupação (se a bolsa é para a continuação dos estudos ou um estágio, por exemplo), e a distância entre países.
Em Portugal, todos os anos, os valores de subvenção são definidos pela Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação.
Podes, ainda, recorrer a outro tipo de apoios, como as Bolsas Santander para Erasmus, destinadas a estudantes de licenciatura e mestrado.
Para os estudantes candidatos ao programa Erasmus, há um documento imprescindível: o Learning Agreement (contrato de estudos). Neste acordo, que deve ser aprovado pelos coordenadores das instituições de origem e de acolhimento, estabelecem-se as equivalências entre disciplinas, através do cálculo dos créditos necessários, os European Credit Transfer and Accumulation System (ECTS).
Aconselhamos-te a acompanhar detalhadamente a realização do teu Learning Agreement, para perceberes quantas aulas terás de frequentar, que disciplinas mais te interessam e se os horários são compatíveis. Os coordenadores poderão ajudar-te nesta tarefa.
Esta experiência tem forte impacto na vida de muitos jovens, já que implica a vivência de novas culturas, formas de estudar, trabalhar e socializar. Para aproveitar este período da melhor forma, tem em atenção os seguintes pontos:
1. Aprende ou aperfeiçoa a língua do país de destino
Antes de partir, ouve a rádio e a televisão do país, lê notícias ou livros na língua em causa e utiliza ferramentas de conversação, como o Speak ou o HelloTalk, para praticar a linguagem quotidiana. O programa disponibiliza, ainda, o “apoio linguístico em linha”, onde poderás frequentar um curso online antes e durante a tua estadia no estrangeiro.
2. Procura alojamento
A escolha da nova casa é um passo fundamental na preparação. Podes pedir aconselhamento e apoio da instituição de acolhimento, sobretudo se optares por uma residência universitária, normalmente a solução mais económica.
Ao escolher o alojamento, tem em consideração questões importantes como as condições do imóvel (privacidade, número de quartos e de casas de banho ou regras de utilização dos espaços comuns), as despesas que estão incluídas (como a eletricidade, a água e a Internet) e a localização (distância em relação à universidade ou à rede de transportes).
Podes, ainda, optar por ficar na residência de uma família de acolhimento. Para isso, deverás investigar se existem programas com este fim nos países de destino.
3. Organiza as malas com antecedência
Viver seis meses ou um ano fora de casa – e do país – implica pensar na logística. Então, o que levar para Erasmus? Aprimora o teu lado minimalista e leva apenas o essencial, como roupa (adequada às estações), calçado, medicamentos e o equipamento eletrónico necessário. Mas não deixes esta organização para os últimos dias. Fazer as malas com tempo permite distinguir com maior clareza o que é essencial e dispensável.
4. Faz as contas aos gastos mensais e estabelece um orçamento
Mesmo que ainda não saibas os resultados das candidaturas à bolsa de mobilidade, é importante calcular a média esperada de gastos mensais, para que não surjam surpresas. Começa por estudar o nível de vida do país de destino e conta com o alojamento, a alimentação, as deslocações (entre o país de origem e o de destino, bem como na própria localidade) e, claro, a diversão.
5. Pondera ter um emprego de verão antes de partir
Os custos extra que advêm desta experiência são reduzidos com as bolsas de mobilidade, mas representam sempre um investimento financeiro. Na maior parte das vezes, são os encarregados de educação que os suportam, mas por que não criar uma poupança para poderes ir de forma mais despreocupada? Podes utilizar esta folga financeira para viajar no país de destino e conhecer melhor a sua cultura, por exemplo.
6. Pensa como vais fazer pagamentos ou levantar dinheiro
Se, de cada vez que fizeres um levantamento de dinheiro no estrangeiro, tiveres de pagar comissões, a experiência ficará mais dispendiosa do que o previsto. Opta por uma solução sem comissões, especial para estudantes universitários.
7. Equaciona os imprevistos
Perder a bagagem ou adoecer são situações imprevistas, mas que podem ser minimizadas. Assim, aconselhamos-te a realizar duas operações essenciais antes de partir:
8. Aprende sobre a nova cultura
Aproveita este programa europeu para conheceres com maior profundidade o país que escolheste. Esta é uma grande oportunidade para aprimorar uma nova língua, visitar museus, conhecer a gastronomia local, bem como diferentes hábitos e costumes.
9. Aproveita as experiências Erasmus para te integrares
O programa e as organizações de acolhimento preveem iniciativas, como festas e encontros culturais, que asseguram as boas-vindas dos estudantes, estagiários, trabalhadores e voluntários. Tira proveito destes pequenos encontros para travar novos conhecimentos e relações.
10. Valoriza o teu currículo
Os empregadores olham cada vez mais para uma experiência Erasmus como um ponto a favor no curriculum vitae. Em todas as suas vertentes, o grande objetivo do programa é contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional dos participantes, aumentando as suas potencialidades e competências. Se viver no estrangeiro implica sair da zona de conforto, a capacidade de adaptação durante o Erasmus pode ser vista como uma vantagem no mercado de trabalho.
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