Para evitar vírus no computador, há alguns cuidados que deve ter. Saiba como funcionam e o que fazer para evitá-los.
Em 2017, o vírus “WannaCry”, um software malicioso que se propagou por computadores e sistemas em todo o mundo - incluindo Portugal -, colocou algumas das maiores empresas em alerta. O vírus informático aproveitou uma vulnerabilidade do sistema operativo Windows e bloqueou os dados dos utilizadores a cadeado, exigindo bitcoins em troca da chave. Este ataque, conhecido como ransomware, foi apontado por muitos especialistas como um ponto de viragem na forma como as empresas passaram a olhar para a cibersegurança.
Desde então, em Portugal, são frequentes as notícias de ciberataques a empresas de todas as áreas: da comunicação social às telecomunicações, do retalho à saúde. E nem os hospitais públicos têm escapado aos vírus informáticos.
Apesar de se terem tornado mais evidentes nos últimos anos, os vírus de computador já existem há décadas.
O primeiro vírus informático foi criado em 1972 (quando ainda poucas pessoas sabiam da existência da internet), por Robert Thomas Morris e foi batizado de ”Creeper”. Apesar de ter sido criado sem intenção maliciosa, o vírus atacou o sistema operativo Tenex, utilizado nos Estados Unidos da América, com a mensagem: “Eu sou o Creeper, apanha-me se puderes”. Para eliminar este problema, foi criado o primeiro antivírus: o Reaper.
Foi na década de 80 que surgiram os primeiros vírus maliciosos, alguns deles extremamente agressivos. O vírus “Chernobyl” é considerado um dos piores de sempre. Criado em 1998, é um tipo de malware conhecido por “worm” e consegue alterar ou apagar os dados do computador e desligar os dispositivos. É considerado um dos tipos de vírus mais perigosos, porque tem a capacidade de se espalhar sozinho, muitas vezes sem a intervenção do utilizador.
Um vírus de computador é um programa ou parte de um código malicioso que se infiltra no dispositivo sem o seu conhecimento ou permissão. Tal como um vírus biológico, tem a capacidade de se replicar e de se propagar de um hospedeiro para outro.
Alguns vírus são meramente irritantes (está a ver aquele pop-up que está sempre a aparecer no seu ecrã?), mas muitos são feitos para roubar informação pessoal.
Embora muitas pessoas utilizem o termo vírus para se referirem a qualquer programa perigoso, um vírus é apenas uma categoria de malware (software malicioso). A expressão malware é mais abrangente e inclui todos os tipos de pragas virtuais como adwares, ransomwares, spywares e outros.
Depois de se anexar com sucesso a um programa, ficheiro ou documento, o vírus permanece inativo até que o dispositivo execute o seu código. Até lá, não demonstra nenhum sinal ou sintoma.
Quando entra na fase de execução, o vírus de computador inicia o seu ataque e começa a sentir impactos negativos no seu dispositivo. Alguns efeitos que pode sentir:
O objetivo final do vírus depende da sua natureza, mas é provável que possa roubar senhas ou dados, gravar o uso do teclado, corromper ficheiros, enviar spam aos seus contatos de e-mail e até mesmo controlar o seu computador.
Um dos primeiros vírus de malware foi o “Rabbit” , que bloqueava os dispositivos. Depois veio o “Elk Cloner”, que afetou os dispositivos da Apple e o “Brain”, que atingiu os computadores IBM . Isso levou à elaboração de uma lista de tipos de vírus:
Embora o melhor caminho seja o software antivírus, os sistemas operacionais já vêm com programas como o Windows Defender e o Windows Security. Existem também outros programas gratuitos como Avast e Kaspersky, que são bastante eficazes na eliminação de cavalos de tróia, worms e spyware.
Muitos computadores domésticos não têm esta proteção e é essencial manter o seu PC livre de vírus.
Ter software de proteção é uma coisa, mas mantê-lo atualizado é outra. Embora ter um antivírus gratuito seja melhor do que nada, não é a melhor solução. Por exemplo, a Microsoft disponibiliza gratuitamente o Windows Defender, que deteta e bloqueia malwares e sinaliza sites de phishing. Não será a solução mais completa, mas se o mantiver atualizado, já tem algum nível de proteção.
Ajuste as configurações do antivírus para que faça verificações regulares (uma vez por semana). Opte por executar esta verificação durante a noite, quando não está a usar o dispositivo. Para isso, basta configurar o software antivírus para ser executado numa noite específica e deixe o computador ligado nesse horário.
Quer utilize o Windows, o Mac OS X ou o Linux, é importante mantê-lo sempre atualizado. Muitos sistemas operativos têm falhas de programação, o que abre caminho para hackers mal-intencionados. E frequentemente as marcas lançam atualizações que ajudam a manter os dispositivos mais seguros.
Muitos computadores estão ligados a redes de partilha, impressoras e à Internet via Wi-Fi . Neste caso, a segurança de todos os dispositivos é fundamental. Mesmo que o seu computador tenha uma boa proteção, outros dispositivos ligados à rede podem estar comprometidos e colocar em causa a segurança de todos.
Por isso, certifique-se de que a sua rede está protegida e exige uma senha segura. Use criptografia WPA ou WPA2. Também é uma boa ideia não divulgar o nome da sua rede Wi-Fi (SSID - Service Set Identifier). Se costuma permitir que convidados usem sua Internet, forneça-lhes um SSID e uma senha alternativos apenas por precaução.
Alguns conselhos úteis para navegar na internet com mais segurança:
Se precisar de fazer um download, verifique a sua segurança primeiro. Um bom software antivírus fará isso automaticamente, embora precise de ter certeza de que está a funcionar corretamente.
Já ouviu falar de hacking de dicionário ou de força bruta? Ou seja, com base na informação que têm sobre si, os hackers fazem várias combinações até chegarem às suas palavras-passe e, assim, acederem à informação e dados pessoais. Por isso, todo o cuidado é pouco com a informação que divulga online (por exemplo: nome e data-de-nascimento), nomeadamente nas redes sociais ou fóruns.
Não utilize Wi-Fi gratuito e aberto (sem senha ou criptografia) em cafés, bibliotecas ou aeroportos. Pense nisto: se é possível que se ligue tão facilmente, até onde é que um hacker pode ir?
Faça uma cópia de todos os dados importantes do PC ou servidor para que, numa eventual perda dos dados originais, consiga recuperar essa informação e ter perdas mínimas do trabalho realizado. É a melhor forma de proteção. Idealmente, mantenha seus documentos e informações importantes em três lugares: onde trabalha (no seu computador), num disco externo e recorra a serviços de backup online.
Nunca use a mesma senha duas vezes, principalmente para contas bancárias. Geralmente usamos o mesmo endereço de e-mail ou nome de utilizador, que são fáceis de descobrir e roubar. Escolha uma senha forte com letras minúsculas e maiúsculas, números e símbolos. Torná-lo fácil de lembrar, mas difícil de prever. Não use datas ou nomes de animais de estimação. Saiba, neste artigo, como escolher palavras-passe seguras.
A melhor forma de proteger o seu computador e a sua informação é através da prevenção, por isso:
Um vírus é apenas um tipo de malware e todos os dispositivos, incluindo Macs, iOS e Android, podem ser alvo de malware.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
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