Um médico de família desempenha um papel fundamental na manutenção da nossa saúde. Saiba como pedir um médico de família, quando deve consultar e em que circunstâncias o pode perder.
Contrariamente ao que muitas vezes se ouve, Portugal é dos países europeus com o maior rácio de médicos por 100 mil habitantes, tendo atingido os 578,3 médicos por 100 mil habitantes em 2022 – número este que tem vindo a aumentar. O que acontece, e o que leva a que muitos portugueses não tenham médico de família, é a falta destes profissionais no Sistema Nacional de Saúde (SNS). Quer pedir um médico de família e não sabe como? Nós ajudamos.
Um médico de família, também conhecido como médico de clínica geral e familiar, é um profissional de saúde que desempenha um papel fundamental no sistema de saúde e no cuidado dos seus utentes.
As principais funções de um médico de família incluem:
O médico de família é essencial para assegurar um acesso contínuo e de qualidade aos cuidados de saúde, tendo um conhecimento profundo dos antecedentes de saúde dos seus pacientes, o que permite uma abordagem mais personalizada e eficaz no tratamento e na prevenção de doenças.
Deve consultar um médico de família nas seguintes situações:
É importante consultar o médico de família sempre que tiver dúvidas ou preocupações com a sua saúde. Em casos de emergência, deve dirigir-se ao serviço de urgência ou chamar o número de emergência nacional.
O pedido de atribuição de um médico de família pode ser feito por qualquer pessoa que esteja inscrita no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Isto inclui:
É importante notar que, devido à escassez de médicos de família em algumas regiões, pode haver listas de espera ou dificuldades em obter um médico de família de forma imediata.
Em Portugal, quase todas as pessoas que residem no país têm direito a um médico de família pelo SNS, mas existem algumas exceções. São elas:
É importante referir que, mesmo em situações em que uma pessoa não tenha direito a um médico de família pelo SNS, Portugal garante o acesso a cuidados de saúde urgentes e essenciais a todas as pessoas, independentemente da sua situação legal ou residencial. Para as pessoas que não se enquadram nas categorias acima, o acesso a um médico de família é geralmente garantido.
Para pedir um médico de família, siga estes 2 passos:
1. Inscreva-se no Sistema Nacional de Saúde (SNS): para pedir um médico de família é obrigatório estar inscrito no SNS. Vá ao centro de saúde mais próximo da sua residência e peça para fazer a inscrição. Nesse momento, será inserido no Registo Nacional de Utentes (RNU) e vai ser-lhe atribuído um Número Nacional de Utente (NNU). Deve ter consigo o Cartão de Cidadão ou outro documento de identificação válido, e um comprovativo de residência (como uma fatura de água, luz, ou contrato de arrendamento).
2. Peça um médico de família: ainda no centro de saúde, já com o seu número de utente, peça a atribuição de um médico de família. Dependendo da disponibilidade de médicos na sua área, ser-lhe-á atribuído um médico de família. Com um médico de família atribuído, pode começar a marcar consultas para cuidados de saúde primários.
Embora a inscrição seja efetuada no centro de saúde, os seus dados são inseridos e geridos no RNU, que é o sistema central de registo de utentes do SNS.
É importante lembrar que, em algumas regiões, pode haver a possibilidade de fazer a inscrição online através de plataformas do SNS, como o Portal do SNS ou o SNS 24. No entanto, o mais comum é fazer o processo presencialmente no centro de saúde.
Os membros da sua família também podem ter um médico de família atribuído, seguindo um processo semelhante ao seu. No caso das crianças nascidas a partir de 2016, o processo é automático, pelo que não terá de fazer a inscrição.
1. Inscrição de cada membro da família no SNS
Cada membro da sua família deve estar inscrito no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e ter um número de utente de saúde. Se algum membro da família ainda não estiver inscrito, deve dirigir-se ao centro de saúde mais próximo, levando o Cartão de Cidadão ou outro documento de identificação válido e um comprovativo de residência. O processo é exatamente igual para todos os membros.
2. Pedido de médico de família para cada membro
No centro de saúde, cada membro do agregado deve pedir a atribuição de um médico de família. Uma vez atribuído um médico de família, cada membro pode marcar consultas conforme necessário.
Em Portugal, é comum e preferencial que todos os membros da mesma família tenham o mesmo médico, especialmente por questões de conveniência e continuidade de cuidados. Contudo, a atribuição do mesmo médico de família a todos os membros do agregado depende de vários fatores como a disponibilidade do médico, políticas do centro de saúde ou preferências pessoais.
Quando se inscreve no centro de saúde ou solicita um médico de família, pode expressar a sua preferência para que todos os membros da sua família tenham o mesmo médico. O centro de saúde fará o possível para acomodar este pedido, dentro dos limites da sua capacidade e políticas.
Se tem medo de perder o médico de família saiba que isso pode acontecer. Caso não consulte o seu médico durante mais de 5 anos consecutivos, pode ficar sem ele. Nesse caso, será notificado pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) e terá 90 dias para informar que quer manter a inscrição.
Outras circunstâncias em que isso pode acontecer incluem:
1. Escassez de médicos no SNS: em algumas áreas, particularmente em zonas rurais ou periféricas – e até em algumas zonas urbanas – pode haver uma escassez de médicos de família. Isso pode levar a listas de espera, e os utentes podem ficar temporariamente sem médico atribuído.
2. Mudança de residência: se mudar de área de residência e o seu médico de família anterior não atender na nova área, terá de pedir a transferência para um novo centro de saúde. Durante este processo, pode haver um período em que ainda não tem um médico de família atribuído na nova localização.
3. Reforma ou saída do médico de família: se o seu médico de família se reformar ou deixar o centro de saúde e não houver um substituto imediato, pode ficar sem médico até que um novo profissional esteja disponível.
4. Problemas administrativos: raramente, problemas administrativos ou burocráticos podem resultar na perda temporária de um médico de família, embora estas situações sejam geralmente resolvidas com rapidez.
Quando um utente fica sem médico de família, ainda pode procurar cuidados no sistema nacional de saúde, mas a falta de um médico de família atribuído pode limitar o acesso a cuidados contínuos e personalizados. Nessas situações, é importante contactar o centro de saúde local para obter informações sobre como proceder e para se inscrever numa lista de espera, se necessário.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
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