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Movimento FIRE: como atingir a independência financeira

19 set 2022 | 5 min de leitura

Alguma vez sonhou em deixar de trabalhar antes da idade da reforma? Saiba quanto precisa de poupar para alcançar este objetivo e como atingir a independência financeira.

Independência financeira: como atingir

Já imaginou o que poderia fazer sem ter que trabalhar para viver? Pode, por exemplo, tirar um período sabático, apostar nos seus sonhos, fazer uma viagem ou dedicar-se ao voluntariado. Mas alcançar este objetivo - a independência financeira - não é fácil para a maioria das pessoas, que têm de trabalhar para pagar as suas contas mensais. Descubra, neste artigo, como ficar independente financeiramente.

 

 

O que significa independência financeira?

A independência financeira pode ter vários significados. Mas, de uma forma geral, para a maioria dos especialistas em finanças pessoais é o momento em que os seus rendimentos não dependem do seu trabalho. A ideia é que consiga manter o padrão de vida desejado sem ter que depender do salário de um emprego fixo e, assim, ter a liberdade para escolher o que fazer com o seu tempo.

 

Para muitas pessoas, esta é a reforma antecipada.

 

 

Quanto dinheiro é preciso para alcançar a independência financeira?

Este é um valor pessoal e depende dos rendimentos, das despesas mensais fixas e da capacidade de poupança. Por isso, se quer alcançar a independência financeira, deve, em primeiro lugar, estabelecer o valor que tem que poupar para não ter que trabalhar por necessidade. Ou seja, o suficiente para cobrir as suas despesas mensais.

 

Se está com dificuldades em encontrar este número e em manter o objetivo, há um movimento a que deve estar atento: o FIRE - Financial Independence, Retire Early (tradução: Independência Financeira, Reforma Antecipada). Trata-se de um movimento de pessoas que desejam alcançar a independência financeira e incentivar outros a seguir o mesmo caminho.

 

Para estabelecerem o número principal, muitos seguidores do movimento FIRE recorrem à regra dos 4%.

 

O que é a regra dos 4%?

É uma regra criada por três professores de finanças da Universidade Trinity, no Texas, nos anos 90, que determina qual a percentagem de património líquido que pode retirar das suas poupanças, durante 30 anos, para sustentar o seu estilo de vida sem penalizações. Este estudo já contempla a taxa de inflação.

 

Para chegar ao valor a poupar, deve multiplicar o total das despesas fixas anuais por 25.

 

Exemplo:

 

O João e a Patrícia têm despesas mensais fixas no valor de 1 500 euros. O que significa que, por ano, as suas despesas são de 18 000 euros. Assim:

 

18 000€ x 25 = 450 000€

 

Isto significa que, no momento em que conseguirem poupar 450 000 euros, atingiram o seu número FIRE, podendo deixar de trabalhar a tempo inteiro.

 

Assim:

 

  • Se retirarem 4% das suas poupanças iniciais no primeiro ano (18 000 euros, neste exemplo), conseguirão manter o seu estilo de vida
  • A partir desse momento, a percentagem retirada deve ser ajustada à inflação. Ou seja, imaginando que, no ano seguinte, a inflação é de 2%, já deverão retirar das suas poupanças iniciais 18 360 euros (18 000€ x 2%)

 

Lembramos que as suas poupanças devem de estar investidas num portefólio diversificado, composto por produtos de capital seguro, mas também em investimentos mais arriscados, que permitam obter maiores rendimentos.

 

É ainda importante sublinhar que a regra dos 4% determina um valor para deixar de necessitar de trabalhar para pagar as suas despesas. Conseguir poupar este montante pode ser difícil para muitos portugueses. Assim, é importante que defina um objetivo razoável para a sua situação financeira.

 

 

Como atingir a independência financeira

1. Estabelecer objetivos

 

A independência financeira pode ter diferentes significados para diferentes pessoas. Para alguns pode ser a reforma antecipada aos 40 anos, para outros pode ser ter a liberdade de não trabalhar durante determinados períodos para fazer voluntariado e, para outros, pode ser juntar o valor suficiente para conseguir viajar pelo mundo enquanto trabalham em part-time como freelancers.

 

Mas seja qual for o objetivo, é importante estabelecer um propósito e delinear uma estratégia para alcançar a independência financeira.

 

2. Definir o valor que tem de poupar

 

Qual é o valor final que tem de poupar para alcançar a independência financeira e quando é que gostava de atingi-lo? Com base nesses parâmetros, consegue definir quanto terá de aforrar por mês para alcançar o seu objetivo.

 

Por exemplo, se o João e a Patrícia quiserem poupar os 450 000 euros em 20 anos, investidos num produto com TANB de 3% com capitalização de juros mensais, teriam que poupar todos os meses 1 498,03 euros. É um valor bastante elevado, mas se começarem a fazê-lo aos 25 anos, significa que aos 45 anos já poderiam deixar de trabalhar por necessidade e dedicarem-se a realizar os seus objetivos.

 

3. Fazer um orçamento e ajustar o estilo de vida

 

Alcançar a independência financeira não é fácil. Implica um esforço financeiro elevado e uma mudança de hábitos. Para ter uma noção, para alcançar este objetivo a taxa de poupança mensal pode ser igual ou superior a 50% dos rendimentos, implicando um grande esforço a curto/médio prazo.

 

Voltando ao caso do João e da Patrícia, se quiserem poupar aquele valor por mês e receberem, em conjunto, 2 500 euros, significa que 60% dos seus rendimentos serão destinados à poupança e que ficariam com 1 000 euros para as suas despesas mensais. É necessária muita ginástica financeira. Assim, algumas sugestões que pode seguir:

 

  • Fazer o orçamento familiar para saber exatamente quanto gasta por mês e quanto pode cortar das suas despesas mensais
  • Reduzir as despesas menos importantes, como as refeições fora ou a utilização de automóvel no dia a dia
  • Ponderar mudar-se para uma zona com custos de vida mais baixos

 

4. Obter outras fontes de rendimentos

 

Por regra, quando o objetivo é cortar nas despesas do orçamento familiar, as primeiras a serem eliminadas são aquelas relacionadas com os tempos livres e lazer, como os jantares fora, as férias no estrangeiro ou as idas a concertos, por exemplo. Mas a vida, no presente, também deve ser vivida.

 

Por isso, uma alternativa a cortar todos os gastos supérfluos que encontra no orçamento familiar, pode ser encontrar outras fontes de rendimentos, que permitam alimentar a sua poupança e manter o estilo de vida a que está habituado.

 

5. Investir as poupanças

 

O dinheiro não deve ficar parado numa conta bancária ou apenas alocado em produtos de investimento seguros. É preciso arriscar para conseguir capitalizar as suas poupanças e, consequentemente, reduzir o esforço mensal de poupança.

 

Desta forma, conseguirá aumentar o valor do seu património e criar rendimentos passivos, que podem ser reinvestidos. Além dos depósitos a prazo, aqui ficam algumas sugestões que pode experimentar e que podem trazer mais rentabilidades:

 

 

 

 

Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.

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