Se antes associávamos unicórnios a universos fantásticos e mitológicos, hoje não estranhamos ver a palavra publicada em jornais de negócios. Descubra o que significa o conceito de “empresa unicórnio”, e tome nota das que existem em Portugal.
O termo “empresa unicórnio” foi cunhado por Aileen Lee, investidora de capital de risco e fundadora da Cowboy Ventures, em 2013. Lee referia-se a empresas dos Estados Unidos da América valorizadas em mil milhões de dólares (“1 billion dollars”, em inglês americano), apesar de terem menos de 10 anos de existência.
Alcançar este marco não é tarefa simples. Daí a escolha de um animal mitológico para classificar tamanho feito: segundo Lee, a intenção era “que o termo fosse especial, porque é raro, quase mágico, criar uma empresa unicórnio”. Desde então, a expressão “empresa unicórnio” passou a ser usada por investidores, empresários, jornalistas e público em geral para classificar startups cuja avaliação atinge os mil milhões de doláres – nos EUA e fora.
Hoje, há até quem use o termo “centauro” para se referir a empresas com mais de 100 milhões de dólares de receita anual recorrente. Efetivamente, no que toca a negócios, parece que a mitologia veio para ficar.
Algumas das principais startups com estatuto de unicórnio são conhecidas por todos nós. É o caso da Uber, da Revolut e da Space X. Outras, como a Fanatics, podem não soar tão familiares. Descubra quais são os unicórnios que voam mais alto a nível internacional.
Em 2024, a lista é encabeçada pela ByteDance, detentora do TikTok, seguida da SpaceX, liderada por Elon Musk. Em terceiro lugar surge a OpenAI, a empresa responsável pelo Chat GPT. Em termos de setor de atuação, destacam-se assim o entretenimento, a tecnologia (aeroespacial, software e IA, fintech) e a moda.
As regiões com mais empresas unicórnio representadas no top 100 a nível mundial são os EUA, a China, e a Europa.
O nosso país tem contribuído para colocar a Europa no mapa das startups unicórnio. À data de publicação deste artigo, são 6 as empresas com ADN português que se enquadram nesta categoria:
Contudo, apenas uma, a Feedzai, mantém a sede em território nacional.
Para além de empresas unicórnio, o nosso país é também casa para inúmeras startups com atividade promissora. E não só de Lisboa e Porto se fazem estas listas: Braga e Coimbra também têm dado provas do seu potencial.
Para além da atividade empresarial, tem havido cada vez mais eventos e iniciativas ligadas ao empreendedorismo, tecnologia e inovação em solo português.
A chegada da Web Summit a Lisboa contribuiu para que o nosso país se tornasse uma referência a nível europeu; e a criação de polos de inovação como a Unicorn Factory e o Porto Innovation Hub consolidaram a aposta estratégica dos municípios nestas matérias.
Efetivamente, por iniciativa pública ou privada, têm surgido inúmeras atividades de apoio a startups, incluindo escolas de programação, vouchers para startups e outros programas destinados a empresários.
A Web Summit, uma das maiores conferências internacionais da indústria tecnológica, foi fundada por Paddy Cosgrave em 2009. As primeiras edições aconteceram em Dublin, na Irlanda.
Em 2016, Cosgrave alterou a localização do evento para Lisboa. Nessa primeira edição em território nacional, a conferência recebeu mais de 53 mil participantes oriundos de mais de 150 países.
O contrato terminaria em 2018, mas o Governo português acordou com Cosgrave a permanência da conferência em Lisboa por mais dez anos. Em 2024, a Web Summit Lisboa recebeu 71.528 pessoas de 153 países.
Para além deste evento, a organização já dinamiza também encontros no Rio de Janeiro, no Qatar, em Vancouver e em Hong Kong.
Criada pela Câmara Municipal de Lisboa, a Unicorn Factory, ou Fábrica de Unicórnios, tem contribuído para trazer muitos tech hubs para Portugal.
O projeto surgiu na sequência da AIEL – Associação para a Inovação e Empreendedorismo de Lisboa, criada em 2011; e da Startup Lisboa, criada em 2012. Em 2022, aquela que foi uma grande bandeira da campanha eleitoral de Carlos Moedas ganhou forma: a Startup Lisboa foi reforçada e passou a chamar-se Fábrica de Unicórnios.
Hoje, esta estrutura apoia a criação, lançamento e crescimento de startups. Com sede no Beato Innovation District (antigo Hub Criativo do Beato), a Fábrica de Unicórnios já conta também com polos temáticos nas zonas do Saldanha e de Alvalade.
Os hubs temáticos focam-se em:
Outro tópico preponderante (e muito transversal) é a Inteligência Artificial (IA). Segundo Gil Azevedo, diretor executivo da Fábrica de Unicórnios, mais de 40% das startups que colaboram com aquela organização consideram a IA “a tecnologia principal dos seus negócios”.
Gil Azevedo acredita que esta é uma “nova era de transformação” como a que vivemos com o surgimento (e expansão) da Internet. Por isso, talvez seja uma boa altura para fazer um curso sobre tecnologia.
Se tem empresa própria, não hesite em adaptar-se e inovar com recurso às nossas soluções de financiamento. Quem sabe se não pode estar a criar o próximo unicórnio português.
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