Sabe como o seu filho aprende a cuidar do ambiente na escola? E de que forma podem os pais ajudar a construir uma comunidade mais consciente e ecológica? Conheça os objetivos e as atividades da Educação Ambiental.
A necessidade de cuidar do planeta é antiga. Contudo, nos anos mais recentes, tornou-se numa urgência, o que levou países e empresas a adotar medidas mais profundas de proteção do ambiente e a apostar na Educação Ambiental. Saiba que atividades pode realizar para aprofundar a consciência ecológica das crianças e adolescentes.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) define a Educação Ambiental como um “processo de aprendizagem ao longo da vida, que visa promover uma cidadania informada e ativa, que garanta o envolvimento e o compromisso de cada um de nós e das organizações que integramos com um futuro sustentável”.
No entanto, este conceito já existe desde 1975, quando a Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura (UNESCO), em conjunto com o Programa das Nações Unidas para o Ambiente, redigiram a Carta de Belgrado, cujos princípios e orientações serviram de base para os programas de Educação Ambiental em todo o mundo.
Em Portugal, os ministérios da Educação e do Ambiente uniram esforços para desenvolver este tema na sociedade e, em 2017, foi lançada a Estratégia Nacional para a Educação Ambiental. Atualmente, esta temática já integra a formação em Cidadania, desde o nível pré-escolar até ao ensino secundário.
A Educação Ambiental começa em casa, mas as escolas desempenham um papel essencial, devido à “grande importância no trabalho com a comunidade” e na mudança de comportamentos, como explica Joaquim Pinto, presidente da Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) e professor que acompanhou o desenvolvimento da Educação Ambiental no país. “Os jovens não são o futuro, eles já estão cá e o que se quer é que consigam fazer parte das soluções e dos processos de decisão”, explica o dirigente.
Nesse sentido, ao longo dos anos, a Educação Ambiental passou de uma perspetiva mais centrada nas ciências naturais para um enquadramento social e político, discutindo temas como o consumo responsável, as alterações climáticas ou a economia circular, em diferentes níveis de escolaridade.
Afinal, tal como explica a Direção-Geral da Educação (DGE) no Referencial de Educação Ambiental para a Sustentabilidade, “a Escola não se pode limitar a ser um mero espaço de transmissão de saberes académicos”, devendo preocupar-se, também, “com a formação dos jovens enquanto cidadãos de pleno direito, preparando-os para o exercício de uma cidadania ativa, responsável e esclarecida face às problemáticas da sociedade civil”.
As crianças do nível pré-escolar (normalmente, até aos seis anos) começam a conhecer as diferentes dimensões do planeta e a aprofundar a sua consciência ambiental na área de “Conhecimento do Mundo”. O objetivo é aprender a valorizar e a respeitar o ambiente.
Através da componente de Cidadania e Desenvolvimento, a Educação Ambiental está presente em todos os anos de escolaridade dos ensinos básico e secundário. Temas como a reciclagem, a biodiversidade, a sustentabilidade e o consumo responsável são trabalhados de forma prática e teórica.
A Educação Ambiental é uma disciplina que pretende formar cidadãos conscientes do mundo que os rodeia. O objetivo é sensibilizar as crianças e jovens de várias faixas etárias para a importância de cuidar do Planeta, dando-lhe conhecimento de que existem formas de conservar e administrar os recursos naturais, sem prejuízo para a nossa qualidade de vida.
A profundidade com que se abordam os temas da Educação Ambiental varia, mas muitos assuntos são transversais aos níveis pré-escolar, básico e secundário. Estas são algumas das áreas trabalhadas no percurso de ensino:
Os alunos tomam consciência de que os seus atos influenciam o ambiente e aprendem a adotar uma postura de sustentabilidade ambiental, tendo presente o impacto das suas ações para as gerações futuras.
Como reduzir a produção de resíduos e adotar comportamentos de consumo responsáveis são aprendizagens que passam a integrar o dia-a-dia dos alunos. Aqui, reutilizar e reciclar são conceitos-chave.
Os alunos desenvolvem a visão de que o homem não é o centro do universo e compreendem a importância da biodiversidade e dos ecossistemas. Conhecer as principais ameaças ativas e emergentes ao ambiente e a urgência da sua preservação são eixos centrais.
Os alunos diversificam o seu saber acerca das fontes de energia que podem ser usadas. Ao compreenderem as consequências do modelo atual, reconhecem a necessidade de mudar em direção à eficiência energética. O mesmo acontece em relação à água (oceanos incluídos), um recurso vital que os alunos aprendem a valorizar.
Além do conhecimento teórico passado pelos educadores e professores, existem diversas atividades práticas que podem ser desenvolvidas com as crianças e adolescentes no sentido de desenvolver a sua consciência ambiental.
No nível pré-escolar, a consciência da biodiversidade e a prática de um consumo responsável são dois dos principais objetivos a atingir no plano de Educação Ambiental. Assim, as crianças podem fazer atividades como:
No 1.º ciclo, as crianças começam a ter um papel mais ativo e a interiorizar conceitos como a sustentabilidade. Nesta fase, podem realizar iniciativas como:
Relacionar informações teóricas com o mundo prático e aprender através de metodologias ligadas às artes são boas formas de cativar as crianças do 2.º ciclo do ensino básico para os temas da Educação Ambiental. Eis algumas ações possíveis:
A componente de análise cresce no 3.º ciclo. Mas desafios como os indicados abaixo, que passam pelo conceito de jogo, prometem cativar as audiências dos 12 aos 15 anos.
Além do desenvolvimento do pensamento crítico, os alunos são incutidos a fazer a diferença na comunidade, tanto nos pequenos atos do dia a dia como numa ótica de associativismo. Assim, são importantes ações como:
Para dar largas à imaginação, pode também consultar materiais de apoio como guias de espécies ou um manual sobre as alterações climáticas
Não é apenas nas escolas que a Educação Ambiental tem lugar. Ao longo da vida, pode participar em projetos de voluntariado e outras atividades que o tornam um cidadão mais responsável.
No Projeto Rios, pode adotar o troço de um rio e cuidar dele. Numa articulação com câmaras municipais, escolas, associações, centros de investigação, entre outras organizações, a população passa “a conhecer a estrutura de um rio/ribeira desde a nascente até à foz ou, com grande pormenor, os 500 metros adotados, analisando as várias temáticas associadas, como a fauna, a flora, as tradições, as histórias, os contos, as lendas, as instituições ou as pessoas”.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
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