Gostava de ter uma casa com o mínimo de pegada ecológica? Saiba como projetar uma casa sustentável e viver com mais conforto e bem-estar, protegendo o planeta.
Localização, dimensão, isolamento, materiais, recursos renováveis e durabilidade. Estes são os principais aspetos que devem ser tidos em consideração no projeto de uma casa sustentável. Preparado para saber mais sobre este tipo de casas?
Uma casa sustentável tem de ser eficiente em termos energéticos. Em Portugal, isso implica ter pelo menos a classificação A do Sistema de Certificação Energética dos Edifícios (SCE), que mede parâmetros como a qualidade das janelas ou a orientação solar.
Um isolamento de boa qualidade (do teto, chão, paredes e janelas) e uma dimensão adequada da casa permitem que se consumam menos recursos. Desta forma, não precisa de ter os desumidificadores e aquecedores sempre ligados, por isso as suas faturas da água e da eletricidade serão menores. Só vantagens.
Mas há mais fatores a considerar quando inicia um projeto de casa sustentável. É o que vamos descobrir de seguida.
Existem duas grandes vantagens de construir uma casa sustentável: ao mesmo tempo que poupa o planeta Terra, também poupa na carteira. Fique a conhecer algumas das características principais das casas sustentáveis.
As casas pequenas requerem menos energia para proporcionar conforto e menos investimento para a sua construção ou reabilitação. Portanto, se está a projetar uma casa, comece a pensar no tamanho. De que espaço precisa realmente para viver? A família vai aumentar? Cada metro quadrado da habitação requer energia e materiais. E quanto maiores forem os gastos, maior é o impacto no planeta.
Em Portugal, a certificação energética é obrigatória desde 2013 para edifícios novos ou antigos que sejam colocados no mercado. É um documento que comprova a qualidade térmica dos edifícios, bem como os seus consumos de energia e a qualidade do ar interior.
Assim, uma casa sustentável é aquela que precisa de menos energia para se manter confortável e que privilegia a ventilação natural. Para isso, é preciso escolher um terreno ou uma casa com boa exposição solar. Quanto mais sol entrar na casa, menos necessidade terá de recorrer a métodos artificiais de aquecimento e iluminação.
Deverá, também, investir num isolamento de qualidade e certificar-se de que a casa tem boa ventilação natural, para evitar surpresas desagradáveis como bolores nos meses mais húmidos.
Vidros duplos, corte térmico, um sistema de ventilação (grelhas ou janelas oscilobatentes, por exemplo) e acabamentos de qualidade determinam a eficiência de uma janela. Esta é outra componente do isolamento que nunca pode ser descurada.
Uma construção sustentável deve ser pensada para durar mais de 100 anos e para conseguir albergar, com conforto, diferentes gerações. Pense, por isso, nos materiais que vai utilizar e na flexibilidade do espaço. Uma bancada de cozinha de baixa qualidade, por exemplo, pode ser mais barata, mas terá de ser trocada passados alguns anos. É o célebre princípio de que o barato sai caro.
No entanto, se apostar em materiais com maior esperança de vida está a ser mais ecológico e a valorizar o seu imóvel.
Projetar uma casa sustentável é voltar-se para as energias renováveis: solar, hidráulica ou eólica. Assim, pense em instalar painéis solares, recorrer à água das chuvas e usar materiais ecológicos.
Ao construir ou reabilitar uma casa, deve aconselhar-se junto do fabricante sobre quais serão os materiais menos tóxicos e mais sustentáveis, ou seja, com menor impacto sobre o ecossistema.
Por último, a nova casa só será sustentável se adotar rotinas responsáveis no seu interior. Ao planear construir ou reabilitar uma casa, pense na sua localização e no que ela lhe proporcionará. Estar próximo de transportes públicos e serviços é fundamental para reduzir o uso do automóvel e reduzir as emissões de dióxido de carbono.
Outros pormenores podem ajudá-lo a reduzir a sua pegada ecológica no dia a dia, como por exemplo:
Se quer fazer uma construção sustentável, deve ter em consideração alguns aspetos, que deve questionar quando está a escolher materiais:
Se o investimento inicial na construção ou reabilitação de uma casa pode ser mais elevado que a média, a poupança em energia e o ganho de saúde e conforto são garantidos a longo prazo.
Fique a conhecer os apoios aos quais pode recorrer e benefícios fiscais dos quais pode usufruir.
O Programa Vale Eficiência II, do Fundo Ambiental, destina-se a ajudar as famílias economicamente vulneráveis a melhorar o conforto térmico das suas casas. Estes vales, no montante de 1.300 euros cada, podem ser utilizados para obras ou para adquirir equipamentos que permitam melhorar o desempenho energético de habitações permanentes.
As candidaturas estão abertas até 30 de setembro de 2025, até que o programa atinja os 20.000 vales emitidos. Até 2025, o Governo estima atribuir 100.000 “Vales Eficiência”.
Se fizer obras na sua casa para a tornar mais eficiente, pode ainda beneficiar de um desconto de até 25% no Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), durante cinco anos. Para tal, é necessário que tenha sido atribuída uma classe energética igual ou superior a A.
Cabe aos municípios decidirem em Assembleia Municipal se atribuem, ou não, o desconto e qual a percentagem. Por exemplo, em Lisboa a redução do IMI é de 10% e em Seia, o desconto é de 12,5%.
Está à procura de casa para comprar? Se optar por adquirir um imóvel com mais de 30 anos ou que esteja localizado numa área de reabilitação urbana e fizer obras de reabilitação, fica isento do Imposto Municipal sobre Transmissão de Imóveis (IMT).
Para tal, é necessário realizar obras de reabilitação, de acordo com Regime Jurídico da Reabilitação Urbana, e que, na sequência desta intervenção, a casa cumpra os requisitos de eficiência energética e de qualidade térmica necessários.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
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