Negócios & Empresas

Plano de Recuperação e Resiliência: o que é e como se candidatar?

7 minutos de leitura
Atualizado a 10 Outubro 2025
pessoa a fazer calculos

Em 2020, a pandemia da COVID-19 obrigou os governos de todo o mundo a adotarem medidas para proteger a população, tais como os confinamentos e a limitação das lotações de espaços de restauração, comerciais e culturais.

 

Estas medidas de restrição e a redução no consumo das famílias afetaram de forma muito significativa as economias mundiais. Nesse sentido, a União Europeia criou o Next Generation UE, um plano de recuperação económica e social dos países europeus. É neste contexto que surge o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Saiba do que se trata.

 

 

O que é o Plano de Recuperação e Resiliência?

É um programa integrado no pacote extraordinário de financiamento aprovado pela Comissão Europeia (Next Generation UE) para dotar os países da zona euro de instrumentos destinados à recuperação económica e social.

 

O PRR reúne uma visão estratégica, reformas e investimentos estruturantes a implementar até 31 de agosto de 2026. Os pagamentos finais podem ocorrer até 31 de dezembro de 2026. O plano está organizado em três dimensões estratégicas: Resiliência, Transição Climática e Transição Digital, atualmente com 44 reformas e 117 – 119 investimentos.

 

Quem vai beneficiar?

Os beneficiários do programa podem ser instituições públicas ou privadas, bem como as famílias. De acordo com o portal Recuperar Portugal, o Plano de Recuperação e Resiliência vai ajudar:

  • Famílias
  • Empresas
  • Instituições de Ensino Superior
  • Autarquias e Áreas Metropolitanas
  • Instituições da Economia Solidária e Social
  • Instituições do Sistema Científico e Tecnológico
  • Escolas
  • Entidades Públicas
  • Empresas Públicas.

 

Quanto é que Portugal vai receber?

Após reprogramações, o montante global do PRR é de cerca de 22,2 mil milhões de euros (subvenções + empréstimos). O Governo confirmou 11,4 mil milhões de euros pagos (57% da dotação total).

 

Qual a diferença entre subvenções e empréstimos?

As subvenções são incentivos não reembolsáveis (fundo perdido), desde que sejam cumpridas as condições que os justificaram. Já os empréstimos devem ser reembolsados à Comissão Europeia, segundo os termos acordados.

 

Como são feitos os pagamentos?

No caso de Portugal, foram acordados 10 pedidos até 2026. Em 30 de junho de 2025, a Comissão aprovou a avaliação preliminar do 6.º pedido (1,34 mil milhões de euros), pago em 8 de agosto de 2025. Em 26 de junho de 2025, Portugal submeteu o 7.º pedido; o 8.º está planeado até final de 2025. De acordo com a Estrutura de Missão, a taxa de execução rondava 40% no verão de 2025, com 8.870 mil milhões de euros pagos aos beneficiários até setembro.

 

Pode acompanhar a evolução dos marcos e metas e a execução do PRR.

 

 

Como é que o dinheiro será distribuído?

O Plano de Recuperação e Resiliência português está estruturado em três dimensões, que são as suas áreas de intervenção: resiliência, transição climática e transição digital.

 

Resiliência

Tem como objetivo preparar o país para responder de forma mais eficaz a crises e desafios atuais e futuros. Serão feitos investimentos e reformas em áreas consideradas essenciais para a vida das pessoas, como a saúde, a habitação, as infraestruturas, a cultura e as florestas.

 

Quanto ao financiamento, vai receber 15,1 mil milhões de euros. Este montante está distribuído por nove componentes de investimento, que abrangem áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento do país:

  1. Serviço Nacional de Saúde
  2. Habitação
  3. Respostas Sociais
  4. Cultura
  5. Capitalização e Inovação Empresarial
  6. Qualificações e Competências
  7. Infraestruturas
  8. Florestas
  9. Gestão Hídrica.

 

Conheça com mais detalhe os valores e processo de execução de cada um dos investimentos e reformas associados à dimensão de Resiliência.

 

Transição climática

A União Europeia quer atingir a neutralidade carbónica até 2050 e este pilar ajuda a alcançar esse objetivo. Pretende-se fazer investimentos e reformas em áreas como as energias renováveis ou os transportes.

 

Estão previstos, por exemplo, 304 milhões de euros para expandir a linha vermelha do Metro de Lisboa até Alcântara e 299 milhões de euros para construir uma nova linha do Metro do Porto, que ligará a zona da Casa da Música a Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia.

 

Portugal acordou receber 4,4 mil milhões de euros para cumprir as reformas e investimentos. O financiamento, composto maioritariamente por subvenções da União Europeia (apoios a fundo perdido), será aplicado nas seguintes áreas de investimento:

  1. Mar
  2. Descarbonização da Indústria
  3. Bioeconomia Sustentável
  4. Eficiência Energética em Edifícios
  5. Hidrogénio e Renováveis
  6. Mobilidade Sustentável.

Conheça com mais detalhe os valores e processo de execução de cada um dos investimentos e reformas associados à dimensão da Transição Climática.

 

Transição digital

O objetivo é acelerar a digitalização das empresas e do Estado. Os investimentos e reformas passam por áreas como educação, saúde, cultura e gestão florestal.

 

PPortugal vai receber 2,7 mil milhões de euros, destinados a investimentos apoiados por subvenções no âmbito das seguintes áreas:

 

1. Empresas 4.0

2. Qualidade e Sustentabilidade das Finanças Públicas

3. Justiça Económica e Ambiente de Negócios

4. Administração Pública Mais Eficiente

5. Escola Digital.

 

Conheça com mais detalhe os valores e processo de execução de cada um dos investimentos e reformas associados à dimensão da Transição Digital.

 

 

Quais as oportunidades para as PME?

O PRR pode oferecer às Pequenas e Médias Empresas (PME) elegíveis a possibilidade de investirem em determinadas áreas, como a inovação, investigação, transição digital ou internacionalização, a fundo perdido ou através de financiamento com condições vantajosas.

 

Para poderem beneficiar dos apoios, as empresas terão que investir na qualificação de recursos humanos, na aquisição de tecnologias digitais e definir uma estratégia clara de abordagem à transição digital, identificando as áreas onde precisam de apostar e investir, com o apoio dos fundos europeus do PRR ou Portugal 2030.

 

Em 2025, destacam-se:

  • Indústria 4.0 (C16-i04) - Aviso 02/C16-i04/2025: candidaturas 24 abril–22 maio 2025; apoia implementação integrada de soluções de Indústria 4.0 (IA, dados, robótica, digital twins, IoT, etc.)
  • “Coaching 4.0 – Vales PME” (C16-i02) - Aviso 22/C16-i02/2025 (abril 2025): apoio a modelos de negócio para a transição digital; orientação e capacitação até 200 mil euros por projeto, consoante o aviso
  • Agendas Mobilizadoras e Agendas Verdes: reforço de 319 M euros aprovado em agosto de 2025; passa a aplicar-se adiantamento de 50% nos próximos pedidos de reembolso para acelerar execução.

 

 

Como são feitas as candidaturas?

Para se candidatar aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência deve aceder à área dedicada no portal Recuperar Portugal, onde pode consultar os avisos de abertura de concursos e respetiva documentação.

 

Pode filtrar a pesquisa por dimensões e componentes, assim como inscrever o e-mail para receber notificações de novos avisos.

 

Está a pensar candidatar-se? O Santander pode ajudá-lo neste processo, ao financiar a antecipação do incentivo a receber, e, ou, a financiar quota parte dos capitais próprios do projeto.

 

 

 

Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.

Informação de tratamento de dados

O Banco Santander Totta, S.A. é o responsável pelo tratamento dos dados pessoais recolhidos.

O Banco pode ser contactado na Rua da Mesquita, 6, Centro Totta, 1070-238 Lisboa.

O Encarregado de Proteção de Dados do Banco poderá ser contactado na referida morada e através do seguinte endereço de correio eletrónico: privacidade@santander.pt.

Os dados pessoais recolhidos neste fluxo destinam-se a ser tratados para a finalidade envio de comunicações comerciais e/ou informativas pelo Santander.

O fundamento jurídico deste tratamento assenta no consentimento.

Os dados pessoais serão conservados durante 5 anos, ou por prazo mais alargado, se tal for exigido por lei ou regulamento ou se a conservação for necessária para acautelar o exercício de direitos, designadamente em sede de eventuais processos judiciais, sendo posteriormente eliminados.

Assiste, ao titular dos dados pessoais, os direitos previstos no Regulamento Geral de Proteção de Dados, nomeadamente o direito de solicitar ao Banco o acesso aos dados pessoais transmitidos e que lhe digam respeito, à sua retificação e, nos casos em que a lei o permita, o direito de se opor ao tratamento, à limitação do tratamento e ao seu apagamento, direitos estes que podem ser exercidos junto do responsável pelo tratamento para os contactos indicados em cima. O titular dos dados goza ainda do direito de retirar o consentimento prestado, sem que tal comprometa a licitude dos tratamentos efetuados até então.

Ao titular dos dados assiste ainda o direito de apresentar reclamações relacionadas com o incumprimento destas obrigações à Comissão Nacional da Proteção de Dados, por correio postal, para a morada Av. D. Carlos I, 134 - 1.º, 1200-651 Lisboa, ou, por correio eletrónico, para geral@cnpd.pt (mais informações em https://www.cnpd.pt/).

Para mais informação pode consultar a nossa política de privacidade (https://www.santander.pt/politica-privacidade).