Todos os investimentos têm um nível de risco, de retorno esperado e um nível de liquidez. A escolha dos ativos da sua carteira nestas três variáveis depende dos seus objetivos financeiros, do seu horizonte de investimento e da fase da vida em que se encontra. Neste artigo, damos-lhe algumas dicas para definir uma estratégia de investimento ponderada.
Quando falamos de investimento, falamos de uma realidade racional. Para potenciar retornos adequados aos seus objetivos é fundamental definir uma estratégia que procure evitar as emoções.
Aliás, no mundo dos investimentos, as emoções acabam por induzir decisões menos ponderadas. Uma estratégia para evitar o impacto das emoções na sua carteira consiste em definir um sistema de entregas periódicas que seja automático.
Toda a estratégia de investimento deverá estar assente numa definição clara de objetivos. Quanto pretendemos poupar? Em que altura iremos precisar de movimentar o capital? Qual a nossa capacidade de poupança todos os meses?
Estas e outras perguntas devem ser respondidas antecipadamente para que depois seja possível definir o nível de risco e as aplicações financeiras que nos permitirão atingir o objetivo.
Associado ao ponto anterior está o horizonte temporal de investimento. Devemos escolher aplicações financeiras que estejam relacionadas com o momento em que iremos necessitar de movimentar o dinheiro. Diferentes horizontes de investimento deverão ser traduzidos em carteiras distintas.
Uma carteira de aplicações financeiras tem oscilações de valor. Os preços dos ativos variam todos os dias e, dependendo do nível de risco, podem variar de forma mais ou menos abrupta. Assim, é fundamental que perceba qual a sua tolerância ao risco, pois terá de suportar todas estas oscilações e continuar fiel à estratégia definida no início.
Tenha em atenção que não existe um perfil que seja o melhor. O melhor perfil é o seu porque será o leitor a sentir todas as emoções da sua carteira de investimento. O mais importante é que o conheça.
Uma regra fundamental para qualquer investimento é perceber onde estamos a aplicar o dinheiro. Devemos investir apenas nos produtos que conhecemos.
Devemos saber quais as características, as potencialidades e os riscos dos vários investimentos. Se não as conhecemos, devemos procurar toda a informação ou simplesmente não investir.
O passo seguinte consiste em escolher as diferentes aplicações financeiras onde irá colocar as suas poupanças. Tenha em atenção o retorno esperado, a liquidez e o risco de cada aplicação e escolha entre o investimento direto ou a participação em aplicações de investimento coletivo que lhe potenciam a diversificação e o investimento a partir de montantes mais reduzidos.
O investimento para o médio/longo prazo tenderá a gerar retornos compostos e quanto mais cedo começar a implementar a sua estratégia de investimento mais fácil será e menos esforço lhe será exigido.
Tão importante como poupar dinheiro é saber a melhor forma de rentabilizar as suas poupanças numa estratégia de investimento diversificada e coerente com os seus objetivos e perfil de risco.
A escolha de um determinado ativo financeiro depende do horizonte temporal que dispõe. Por outras palavras, vai depender do momento em que irá precisar do dinheiro para as suas necessidades de consumo.
Assim, é fundamental que exista uma relação direta entre o tempo de investimento e a movimentação do dinheiro. Por exemplo, se precisa do dinheiro dentro de poucos dias deverá escolher produtos com pouco risco e elevada liquidez. Se pode dispor de mais tempo, poderá optar por produtos com mais risco.
Relacionado com o ponto anterior está a ideia de que deveremos investir de acordo com a nossa idade. Ou seja, pessoas mais jovens poderão dispor de mais tempo para os seus investimentos pelo que deverão assumir mais riscos ao passo que pessoas com mais idade deverão reduzir o risco das suas carteiras.
É certo que esta relação depende de inúmeras variáveis, como o estilo de vida, os objetivos financeiros ou as características familiares de cada pessoa.
A relação entre o nível de risco e o retorno do investimento é uma relação que nunca podemos esquecer sob pena de termos más experiências nas nossas vidas. Podemos resumir em três frases:
Não há como fugir desta relação que dura desde sempre. Quem assume riscos quer ser compensado por isso e, se não o for, simplesmente não deverá investir nesse ativo.
O sistema fiscal privilegia o investimento para prazos mais alargados. Assim, foram criados produtos específicos para horizontes de médio e longo prazo, como os seguros financeiros, os Planos Poupança Reforma ou os fundos de pensões.
Estas aplicações financeiras têm um conjunto de benefícios fiscais ou tributação mais reduzida sobre as mais-valias. Assim, se o seu objetivo for investir com um horizonte temporal mais alargado, poderá ter benefício em conhecer estas aplicações.
Tendo as relações acima identificadas, talvez faça sentido ter um plano nas seguintes etapas:
Depois de constituir uma carteira bem diversificada e de definir a sua estratégia de reforços periódicos, bastará acompanhar os seus investimentos com regularidade e fazer revisões pontuais à sua carteira.
O mais importante é iniciar a sua estratégia de aforro o quanto antes e beneficiar da capitalização dos seus investimentos.
Os conteúdos apresentados não dispensam a consulta das entidades públicas ou privadas especialistas em cada matéria.
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