Sabia que é possível poupar na fatura da eletricidade, ganhar dinheiro e contribuir para um planeta mais sustentável? Se já pensou em instalar painéis fotovoltaicos no telhado de sua casa, saiba como funciona a energia solar.
Com a subida dos preços da eletricidade e a descida dos custos associados à energia solar, recorrer às radiações do sol para aquecer a casa é cada vez mais comum. Se esta é uma tendência, vale a pena conhecê-la melhor.
A energia solar usa a luz e o calor do sol para gerar energia renovável ou “verde”. Esta é, aliás, a “a fonte de energia renovável mais limpa e abundante disponível, sendo um muito importante recurso a nível nacional”, garante a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
Mas como funciona a energia solar? Através da captação da luz ou do calor do sol, a radiação é transformada em energia elétrica ou térmica, respetivamente. Os raios solares são absorvidos por células com materiais semicondutores e a energia transformada é armazenada em baterias até à sua conversão em corrente alternada. Esta corrente pode ser usada em edifícios, veículos ou até pequenos gadgets.
As vantagens da energia solar são mais conhecidas do que os seus inconvenientes. Mas, para perceber como funciona a energia solar, é preciso estar ciente dos prós e contras antes de investir num sistema desta natureza.
Há dois tipos de energia solar: a fotovoltaica (a mais comum), criada a partir da luz do sol, e a térmica, produzida a partir do calor. Conheça as diferenças.
Os painéis fotovoltaicos são os equipamentos utilizados para converter a energia da luz do Sol em energia elétrica. É o sistema mais comum devido à sua polivalência: podem ser montados na horizontal ou na vertical, em edifícios, terrenos agrícolas ou autocaravanas, por exemplo. Podem, ainda, ser giratórios (com um rastreador solar), permitindo um maior aproveitamento da luz do sol.
Os sistemas solares térmicos (menos comuns) recorrem ao calor emitido pelo sol para aquecer as águas sanitárias e a temperatura ambiente, que representam quase metade da energia consumida na Europa (sobretudo nas cidades).
Este sistema converte a energia solar em calor útil através da instalação de um coletor solar térmico colocado no exterior do edifício e pode suprir entre 60% a 80% das necessidades de água quente das instalações onde existem.
A eletricidade produzida pelos painéis solares não é compatível com os aparelhos eletrónicos que temos em casa. Por isso, depois de ser captada, tem de ser convertida para a corrente alternada através de um inversor. Idealmente também deve ter uma bateria para armazenar energia e utilizar depois, ou seja, nas horas em que o sol não brilha.
Para simplificar, existem no mercado kits de energia solar para autoconsumo. No mínimo são compostos por:
Alguns kits também podem vir com:
Avaliar e planear são dois passos fundamentais para perceber se, no seu caso, vale a pena adotar energia solar. Lembre-se, ainda, que não tem de mudar totalmente (nem é aconselhado) para a energia solar. Pode usá-la equilibrando-a com a da rede e, assim, poupar na fatura da eletricidade. Se ainda está a descobrir como funciona, eis algumas dicas que podem ajudá-lo a tomar uma decisão.
Quantas mais horas de luz captarem as paredes ou o telhado da sua habitação, mais hipóteses terá de atingir um bom desempenho energético. Esta avaliação pode parecer simples, mas aconselha-se que as condições de instalação e as previsões do seu perfil de consumo sejam calculadas por uma empresa certificada. Só assim poderá saber de quantos painéis precisa e como deverão ser colocados. Ainda assim, normalmente, um ou dois painéis (dependendo da potência) são suficientes para abastecer uma família.
O investimento para a instalação de um painel fotovoltaico pode rondar os 800 euros. Isto inclui os custos do equipamento e da sua instalação, bem como da ligação da unidade à Rede Elétrica de Serviço Público (RESP). Os sistemas solares térmicos, por sua vez, são mais dispendiosos. Um sistema com capacidade de 200 litros (para ser usado por duas a quatro pessoas) pode rondar os 2.800 euros. Outra opção é contratar a instalação de um sistema de energia solar a uma comercializadora de energia, ficando a pagar uma mensalidade.
Certifique-se que está a adquirir um painel certificado pela Comissão Europeia. É importante garantir a qualidade, pois, o que estará a poupar inicialmente num dispositivo menos eficiente pode sair-lhe caro mais tarde.
Se a sua Unidade de Produção de Autoconsumo (UPAC) tiver uma capacidade estimada superior a 200W, deve comunicar a instalação (previamente) à DGEG, através do registo na página de internet.
Contrate uma empresa certificada para a instalação e ligue o sistema a um ponto de consumo e a um contador, de modo a ficar ligado à rede tradicional para necessidades pontuais de consumo. Depois de instalado o sistema, deve agendar a sua inspeção.
As baterias permitem armazenar a eletricidade que produz e tornar a sua casa energeticamente autossuficiente. Esta também é uma forma de garantir que consegue vender a energia excedente à rede.
Quando instalar o sistema de energia solar, peça ao fornecedor para lhe explicar o que deve fazer para assegurar a sua manutenção. Certifique-se de que tem os manuais de utilização e os certificados de garantia.
Se gostava de investir em painéis solares, mas não tem a verba necessária, pode recorrer a um crédito pessoal para energias renováveis, com juros competitivos, para fazer face às despesas iniciais, preparando a sua poupança para um futuro mais limpo.
Em 2019 , foi criado o conceito de comunidades de energia renovável (CER), que passou a permitir o autoconsumo coletivo de energia. Com esta alteração, a produção e o consumo de energia solar podem ser partilhados entre vizinhos, com o condomínio ou o bairro. Uma CER pode, ainda, criar entidades jurídicas destinadas à produção, ao consumo, ao armazenamento, à partilha e à venda de energia renovável.
Se tem uma bateria, fique a saber que é possível comercializar a energia armazenada a empresas distribuidoras de eletricidade. Além da bateria, vai precisar de:
Após assinar o contrato, comece a receber na sua conta o valor da energia vendida a cada mês.
Não existe uma tabela de preços. Os valores são acordados livremente entre os produtores e os compradores. Uma dica para rentabilizar a sua produção é vender à rede nos picos de procura, quando os preços estão mais altos. Mas, por norma, os preços praticados são baixos. Não conte, por isso, com grandes ganhos.
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